terça-feira, 24 de setembro de 2013

7 Coisas que Aprendi Com (e Sem) o Trabalho


É bem curioso e fascinante como cada pessoa é capaz de viver a mesma experiência de maneira totalmente diferente. O que um tira de letra, o outro sofre, o que faz um sorrir, faz o outro chorar, o que fortalece um, enfraquece o outro, o que irrita um, é indiferente para o outro... E é justamente isto que nos faz únicos e bastante singulares.

A experiência de emprego e desemprego também é bem particular e este foi o primeiro motivo que pensei um bocado antes de falar sobre este tema, pois não há nada de universal nem unânime no que vou escrever.

Cheguei à conclusão que os pontos que menciono são totalmente baseados na minha experiência, no meu ponto de vista e na minha maneira de sentir as coisas, mas mesmo assim, nada me impede de compartilhar com vocês as 7 coisas que aprendi com (e sem) o trabalho.

Aprendi que...


1. Trabalhar é um dos caminhos para a felicidade

Durante a faculdade de Psicologia, ouvi diversas vezes a frase: “O trabalho dignifica o homem.” Naquela época e durante todos os meus anos de trabalho, essa frase me intrigou: entendia o seu significado, refletia sobre o valor que dava aos meus empregos e estava certa de que gostava muito de trabalhar, mas só fui entender o verdadeiro significado desta frase agora que o trabalho me falta.

Por que isto aconteceu? Além de um inegável aspecto pessoal, há também um forte aspecto cultural. Normalmente, ao conhecer alguém, logo depois de perguntarem seu nome, questionam “o que você faz?” ou “com que ou aonde você trabalha?”.

Acreditem, não ter resposta a estas perguntas geram sentimentos ruins. Os sentimentos de angustia, preocupação e até mesmo vergonha, costumam acompanhar o desemprego. Sem contar a sensação de insegurança diante do mercado de trabalho, de estar desaprendendo e “emburrecendo” à medida que o tempo passa.

Isto passa? Espero e acredito que sim!

Enfim, para mim, trabalho é aquilo que você considera trabalho, mesmo que para você trabalho seja ser dona de casa, esposa, mãe, pai ou marido em tempo integral.

No meu caso especificamente, trabalho ainda é aquele vínculo que pressupõe uma carteira de trabalho assinada, o investimento de várias horas do seu dia, a sensação de missão cumprida ao final de uma jornada e a certeza de que no dia seguinte tem muito mais! E isto faz falta, como faz.

2. Odiar a segunda-feira e amar a sexta só faz sentido para quem trabalha

Prestem atenção nas manifestações nas redes sociais às segundas e sextas-feiras. No primeiro dia útil da semana, inúmeras mensagens e imagens de caras feias, bocejos, preguiça e mau-humor estampam suas notícias. Isto quando as demonstrações não se iniciam no domingo, durante a famosa “Síndrome do Fantástico”. A simples aproximação da segunda-feira já é motivo para causar desânimo e indisposição.

Na sexta-feira pelo contrário, o dia parece amanhecer mais feliz. Figuras de sorrisos, amigos, praias, “biritas” e baladas alegram o último dia útil da semana. Na sexta, até o visual das pessoas é mais despojado, as roupas são menos sérias e mais coloridas e a contagem regressiva para o fim do dia é inevitável.

Virar o domingo para segunda e a quinta para a sexta sem estas sensações é bastante frustrante, porque elas só existem quando você trabalha. Sentir-se mal na segunda é o ônus do trabalho e viver feliz na sexta é o seu bônus.

Portanto, se domingo às 22 horas você já está emburrado(a) e sente embrulhos no estomago só de pensar na segunda, alegre-se, pois logo cedo, no dia seguinte, você tem para onde ir!

3. É impossível trabalhar em um ambiente hostil

Sabe quando você chega para trabalhar e tem dúvidas se errou o caminho e foi parar na Faixa de Gaza? Então, isto é o que eu chamo de ambiente hostil.

Brincadeiras à parte e traduzindo para o português bem claro, falo daquela energia pesada, onde uma nuvem negra parece pairar logo acima, onde os ânimos estão sempre exaltados, os rostos são fechados e tensos, qualquer falha ou problema é motivo para quase iniciar a terceira guerra mundial, há sempre alguém tentando puxar o tapete de outro, as reuniões são verdadeiros massacres, as pessoas tratam-se de maneira agressiva e por aí vai. Por incrível que possa parecer, isto tudo de ruim ainda pode acontecer junto.

Mas espera lá! Você tem um cargo importante, um salário atrativo, benefícios de primeira e se deixa incomodar por este clima? Absolutamente sim!

No meu ponto de vista, é humanamente impossível, manter-se mentalmente saudável em um ambiente assim. Por mais que o ser humano seja resiliente, persistente e pacificador, não conseguirá sobreviver, muito menos mudar um contexto como este – a menos que mergulhe e se suje de lama, o que eu altamente desencorajo a fazer.

Ambiente hostil é sinônimo de rotatividade, pura e simples. Você pode aguentar por um tempo, mas se manter é improvável, e para mim, impossível.

4. Ter um bom salário não é o fim em si, é uma consequência

Duvido que alguém aqui tenha começado a sua carreira com o salário dos seus sonhos e ainda continuo a duvidar que tenha alguém que seja absolutamente e totalmente satisfeito com o que ganha hoje. Mas se houver, meus parabéns, você é uma exceção feliz!

Para o trabalho, todos nós temos um preço e o mínimo que você aceita para tal função tem que existir. Nesta conta estão incluídos: todos os seus anos de estudo, as habilidades e conhecimentos que adquiriu, as experiências que teve, o saldo dos feedbacks que recebeu, todo processo de amadurecimento da sua carreira e talvez, ainda estejam incluídas, todas as suas despesas atuais e dívidas a serem contraídas.

Isto significa que você será remunerado exatamente no número que fecha esta soma? Nem sempre. E isto é um problema? Nem sempre.

Complicou, não é? O que eu quero dizer com isto?

Se você acreditar que o seu salário é composto dos 3 elementos que cito abaixo, não há motivos para achar isto um problema. A equação é a seguinte:

ESFORÇO + MOTIVAÇÃO + RESULTADOS = SALÁRIO (ou RECONHECIMENTO)

Por isso que falo que salário é uma consequência, ou seja, o resultado da união destes três fatores. E se eles estiverem presentes, é quase certo que o reconhecimento virá, normalmente temos que temperar esta equação com uma pitada de paciência e determinação, mas acredite, virá!

5. No trabalho, é possível fazer amizades para a vida toda


Quantas verdades absolutas ouvimos durante a nossa vida. Estes conselhos vinham acompanhados de: valorize as boas companhias, cuidados com suas amizades, diga-me com quem andas que te direi quem és, e assim por diante.

Quando começamos a trabalhar, estamos por nossa conta e risco e as nossas escolhas, sejam de atitudes ou de quem nos aproximamos, estão em nossas mãos.

E a grata surpresa nesta experiência é que podemos encontrar no trabalho pessoas que fazem uma diferença toda especial em nossa vida. Particularmente (se é que me permitem), tenho no coração e presentes em minha vida amigos que “colecionei” durante cada emprego que tive e sei que poderei contar com muitos deles até o fim.

6. No trabalho, você se força a fazer coisas que não faz na vida pessoal

Já me surpreendi inúmeras vezes me desafiando a fazer coisas e a enfrentar barreiras na vida profissional que relutei muito em fazer na vida pessoal.

Na nossa carreira, ninguém quer saber se temos dificuldade de dizer não, de negociar, de confrontar, de tratar com figuras de liderança, de falar em público, de dar um feedback difícil, não querem saber se dominamos aquela tarefa ou se sabemos dar o devido encaminhamento àquele assunto. O que acontece então? Simplesmente temos que ir lá e fazer e SIM, achamos os meios, os recursos e a motivação para seguir adiante.

No particular, achamos inúmeras desculpas, subterfúgios e razões para adiar ou simplesmente não fazer. Temos esta escolha no trabalho? Normalmente não.

E por que agimos assim? Por que, no trabalho, devemos satisfação a alguém e somos exigidos em nossas atribuições? Ou por que temos um chefe rígido que não vai ceder diante de nossas argumentações? Ou por que nos desafiamos a sermos melhores para o futuro e progressão da nossa carreira?

Independente do motivo pelo qual agimos assim, é sempre tempo de sermos o nosso próprio chefe, exigirmos mais de nós mesmos e nos forçarmos a realizar mais, senão, corre-se o risco de alguém querer desistir de você também na sua vida pessoal e infelizmente, esse alguém pode ser você mesmo!

7. Trabalhar é bom, mas para ser feliz, precisa-se de algo mais

Para finalizar, trago a contrapartida do primeiro ponto desta história. Viver só de trabalho, é sobrevida. Faça-se aquela pergunta: você trabalha para viver ou vive para trabalhar?

Outra questão importante: você tem alguém para quem voltar ao fim do dia? Ou então: você tem algo para que voltar ao fim do dia?

O SIM a estas questões é o que te encoraja a continuar, te faz acordar todos os dias, dá entusiasmo a sua vida. As coisas perdem bastante o sentido se a resposta a estas questões for NÃO.

Por incrível que pareça, não trabalhamos só para nossa própria satisfação pessoal e material, trabalhamos por algo mais, seja por alguém ou por alguma coisa, nem que seja a realização de sonhos, mas simplesmente existir só para bater cartão e receber ao fim do mês, é muito pouco para todo o potencial de vida que você tem.

***

Parece clichê, mas a vida é um constante aprendizado e o fato é que: aprendemos demais durante as adversidades.

É provável que se eu não estivesse neste momento de vida, teria pouco a contribuir com este post. Hoje, certamente dou muito mais valor a tudo que já vivi e com certeza, saberei reconhecer e honrar, ainda mais que antes, o que o futuro me reserva.

Mesmo tendo hesitado de início, acho válido tudo que disse, porque além destas sete coisas, eu também aprendi que não precisamos viver tudo, simplesmente porque podemos aprender com a experiência dos outros.

Então, se você que já está trabalhando e não vê muitos ganhos no seu trabalho, não espere ter que chegar a próxima oportunidade para dar valor ao que você já tem hoje. Pense nisto!

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Como NÃO Perder o Emprego em 7 Erros?


Quando nascemos não sabíamos andar e falar, não fazíamos nada sozinhos e tudo o que fazemos hoje foi aprendido ao longo da nossa vida. Se durante este caminho aprendemos algo errado ou um jeito mais difícil de fazer as coisas, a tendência é reproduzir isto repetidamente, até que aprendamos novamente o certo ou uma maneira mais fácil de realizar.

Com o trabalho, não é diferente. Não nascemos sabendo como trabalhar, o que fazer, o que não fazer. Vamos aprendendo ao longo da nossa experiência como ser profissional e quais os comportamentos mais apropriados para este universo, só que nem sempre temos os melhores professores e exemplos.

Quando falamos do ambiente organizacional, o que é bom para uma empresa não necessariamente é também para outra, porém existem algumas máximas, ou seja, algumas regras que são quase universalmente aplicadas. E é disso que vou falar aqui, através de 7 dicas que considero fundamentais para ser bem sucedido nesta jornada.


1. Não estresse os vínculos antes mesmo de criá-los

É quase certo que ao entrar em uma empresa ou ao fazer parte de uma nova equipe você irá relacionar-se com pessoas. A construção de vínculos, mesmo no ambiente de trabalho, é muito importante para relações saudáveis e produtivas e você não conseguirá ser bem sucedido sozinho, mesmo que seja um expert em sua profissão.

Uma equipe ou colegas de trabalho podem ser importantes aliados na sua trajetória, ou seu pior algoz, já presenciei novos colaboradores que entraram nas empresas como verdadeiros “tratores” – mexendo em tudo que veem pela frente e passando por cima de pessoas e processos que já estavam instituídos, sem a menor prudência e coerência – e foram literalmente, expulsos do contexto que estavam inseridos, quando não totalmente sabotados por suas equipes.

Criar resistências, inimizades, barreiras e distanciamento entre as pessoas com quem irá se relacionar, antes mesmo de construir confiança, respeito e alianças é uma receita quase que mortal para sua permanência no trabalho.

2. Use a regra dos “Quatro Pês”: Postura, Pontualidade, Princípios e Palavra

Estes 4 elementos parecem básicos demais, não é mesmo? Pois são, mas isto não significa que eles são cumpridos como deveriam ou que não valha a pena mencioná-los. De tão elementares que são, acabam sendo menosprezados e até mesmo esquecidos. Então, vamos lá!

Quando falo de postura – que não é aquela de mantermos a coluna ereta – trato do comportamento adequado para o ambiente de trabalho e isto inclui várias coisas, como a apresentação pessoal, as vestimentas, a higiene, o linguajar, enfim a maneira com que você se apresenta é o seu cartão de visita e a forma com que você se comporta diz tudo sobre você. O cuidado com a sua aparência, com o que você fala e com a maneira com que você se porta valem muitos pontos a seu favor.

Atrasos no ambiente de trabalho devem ser raras exceções e isso vale para a hora de chegar ou ao participar de reuniões, treinamentos e quaisquer outros eventos. A pontualidade é um cuidado que deve ser exercitado diariamente, se ao trabalhar você enfrenta muito trânsito, uma maratona de transportes coletivos ou depende de outras pessoas, programe-se para evitar imprevistos, saia com antecedência e com margem de segurança para evitar surpresas desagradáveis.

O que quero dizer com princípios? Falo de características como a honradez, a ética, a honestidade, a justiça e a dignidade – aspectos que para mim, infelizmente não podem ser ensinados – ou você tem ou não tem e se tem, vale usá-los em todas as circunstâncias.

Fecho este tópico o último P, de palavra e a uso no sentido de honrar aquilo que se fala, de pronunciar a verdade, de cumprir e sustentar o que diz. Nada mais desastroso do que as pessoas não confiarem no que você diz e suas palavras serem sinônimo de inverdades ou de promessas que não se cumprem. Seja sinônimo de credibilidade e faça com que, o que você disser, possa ser assinado embaixo.

3. Que bom que você é uma boa pessoa, mas o que te sustenta são seus resultados

Achar que o fato de você ser bacana, camarada e legal vai ser suficiente para te sustentar no seu trabalho é um grande engano. As empresas procuram pessoas que saibam se relacionar, trabalhar em equipe e criar vínculos, mas se você não for eficiente em sua entrega e realização, estas características de nada adiantam.

Infelizmente, nenhum chefe vai pensar: “ele não dá resultados, mas é uma boa pessoa, vamos mantê-lo”. Vivemos em um mundo capitalista e altamente competitivo, que garanto, não é legal com você, mesmo que você o seja com ele, portanto, foque nos seus atingimentos e seja extremamente direcionado a resultados e se possível, em se tratando deste assunto, procure surpreender.

4.  No pain, no gain

Você já deve ter visto aquela famosa frase que: O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” E ela não podia ser mais verdadeira.

OK, eu concordo que existe o elemento sorte, mas de modo geral, ela não é suficiente para te manter aonde quer que a tenha te colocado.

Em geral, as pessoas mais bem sucedidas profissionalmente trabalharam arduamente para isto e em algum momento de suas vidas tiveram que sacrificar horas de sono, o convívio familiar, a prática de um esporte, um fim de semana de lazer, etc. para chegarem onde estão.

Acreditar que fazer o estritamente necessário e ser mediano em seu desempenho será suficiente para o seu êxito e sucesso profissional, é o mesmo que acreditar que no dia 25 de Dezembro, Papai Noel vai te dar o presente dos seus sonhos. Enfim, no pain, no gain!

5. Fuja do Título de Rei ou Rainha das Rodinhas

Tente identificar dentre as pessoas que trabalham com você, uma que:
  • todas as vezes que há uma rodinha de conversa no corredor, ela está,
  • sempre que tem um burburinho no café ou no bebedouro, ela está,
  • sempre que há uma comidinha ou confraternização de alguma área, ela está,
  • parece que todas as vezes que você vai ao banheiro, lá está ela e
  • quando surge uma fofoca ou novidade quentinha, ela é a primeira a saber tudo do assunto.
Veio alguém a sua cabeça? É muito provável que sim e espero que esta pessoa não seja você.

Não!!! Estar em todas as situações como as listadas acima NÃO é networking, nem muito menos sinônimo de que você é bem relacionado com todos os departamentos de sua empresa. Em português claro e direto, significa que ou você está achando inúmeros motivos para fugir e enrolar seu trabalho ou que o seu cargo é totalmente dispensável e seja por um motivo ou outro, mais cedo ou mais tarde, alguém notará e fará questão de abrir mão da sua ilustre e popular presença.

6. Vida pessoal? Da porta para fora

Somos um ser inteiro, não dá pra nos dissociarmos em nossas partes, nossa mente e coração andam totalmente juntos e não é possível, ao colocarmos o pé dentro do trabalho deixamos para fora tudo que sentimos e vivemos. Só que isso não significa que ficamos autorizados a deixarmos que nossa vida pessoal atrapalhe nosso trabalho e influencie a nossa vida profissional. Às vezes estamos tristes, chateados, preocupados, bravos, cansados e isto é permitido, somos gente, mas há um limite de tolerância que deve ser respeitado.

Ainda mais importante é evitarmos que pessoas da nossa família ou amigos ocupem um espaço indevido em nosso trabalho. Do que falo? De ligações durante o expediente no celular pessoal ou ainda pior, no seu ramal de trabalho, acesso a inúmeras mensagens, torpedos, redes sociais durante o dia e visitas particulares na recepção ou portaria.

A situação agrava-se quando existe um relacionamento amoroso com um(a) colega de trabalho. Há algumas organizações em que este tipo de envolvimento nem mesmo é permitido, mas naquelas que são (o que eu particularmente acho correto), a postura e a total discrição nas demonstrações de afeto e intimidade são imprescindíveis.

Imagina que desagradável ser chamado à atenção por estar ultrapassando os limites ao deixar que aspectos da sua vida particular interfiram na sua eficiência no trabalho.

7. A equação: resistência + ineficiência é (igual a) = rua

Não dá, não consigo, não pode, não quero, não sei, não posso, não vou, não, não e não. Cansa só de ler, certo? Imagina conviver com alguém que só saber negar tudo o que aparece em sua frente? É um comportamento impossível de aguentar a longo prazo, ou dependendo da paciência, a curto prazo.

Não há nada mais ameaçador para sua carreira do que ser visto como uma muralha de resistência e perceberem que com você, tudo é feito a duras penas e somente após muita insistência e convencimento.

Se somado às inúmeras barreiras que coloca às coisas, quando você decide-se por fazer algo, houver falta de eficiência ou falhas constantes na execução, complicou de vez! É quase certo que o próximo lugar que você estará, infelizmente, é no nome da rua da sua empresa.

***

Ao tratarmos de assuntos tão delicados como os que mencionei acima, é muito difícil falar em bom senso, porque o que é tolerável e aceito para mim, pode muito bem não ser para o outro, tanto que, apesar de parecer justificável dizer, em nenhum momento citei: “haja com bom senso”.


Minha dica é apenas que use a sua percepção, a sua observação e a sua atenção para aprender com os bons exemplos. Todos nós temos ao nosso redor pessoas e profissionais que são dignos de admiração, respeito e consideração. Estes são os nossos melhores professores e modelos na escola da vida e serão aqueles que nos ensinarão, dia após dia, que sempre é tempo de recomeçar a aprender, tanto como pessoa quanto como profissional.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

A Difícil Arte de Dizer NÃO!


A difícil arte de dizer NÃO! Até agora foi o post que mais me deu trabalho para escrever... Primeiro, porque é um assunto que tem muito a ver com a minha história em particular, mas também, porque até mesmo antes de começar o texto, o tal assunto me consumiu algumas boas horas de reflexão.

Fiquei me perguntando quais os motivos que levam as pessoas a terem tanta dificuldade de dizer não. O questionamento que tomou conta dos meus pensamentos foi:

O que faz uma pessoa passar por cima da sua própria vontade para fazer o que o outro quer e não o que ela quer?

Será o medo de decepcionar o outro ao dizer não? Ou dificuldade de enfrentamento? Insegurança? Medo da reação do outro diante da negativa? Necessidade de agradar?

Talvez nada disso, mas talvez tudo isso!

O que acontece é que as pessoas que têm dificuldade de dizer não, geralmente são assim há muito tempo e depois de anos vivendo dessa maneira, mudar a forma de agir é muito difícil. Seu jeito de encarar as situações vira quase que uma característica de personalidade, um padrão de comportamento.

Tenho quase certeza que você já ouviu ou até mesmo já disse esta frase: "Vou pedir algo para o fulano, porque ele não sabe dizer não!" Ou seja, a dificuldade vira um rótulo.

Quem é rotulado dessa maneira, comumente, sente cada pedido recebido (a que não consegue negar) como um abuso, uma agressão de quem pede, porém este tamanho desconforto é guardado pra si, contido, simplesmente por não ser capaz de dizer NÃO.

Para aqueles que sofrem deste bloqueio, no meu ponto de vista a agressão não é só do outro em relação a você, mas de você consigo mesmo. 

Alguém só extrapola o limite da sua aceitação, se você permite. Ninguém atravessa um espaço que não esteja aberto, vulnerável. As pessoas acostumam-se a te “usar”, porque é permitido e quem permite é você.

Quantas vezes a pessoa que tem dificuldade de negar um pedido, acaba fazendo o que o pedem a duras penas e muitas vezes, prejudicando-se: 
  • é o dinheiro que estava guardado e destinado a algum fim que você empresta, 
  • é o dia que você está atrasado, mas cede em dar uma carona para levar alguém do outro lado da cidade e fora do seu caminho, 
  • é o pedido do chefe para ficar até mais tarde e você não consegue negar mesmo sendo dia do aniversário de um familiar seu em que todos estão te esperando para a festa, etc.
Estes são exemplos clássicos.


Normalmente, quem faz o pedido exerce um poder sobre você e não necessariamente um poder real, como no caso de um chefe numa pirâmide de hierarquia. Até mesmo porque, tem pessoas que têm dificuldade de dizer não a crianças, a estranhos, a amigos, enfim, a todos.

O que fazer para quebrar com este comportamento e dar fim a este sentimento de impotência e de anulação?

Afirmo que é preciso passar por um ritual de transição. O que é isto? É uma forma de formalizar concretamente a mudança de atitude.

Para ilustrar o que chamei de ritual de transição vou usar uma cena do filme: “O Diabo Veste Prada". Infelizmente, é uma cena de final do longa, portanto, desculpem-me aqueles que ainda não assistiram.

Para mim, este trecho do filme tem uma simbolização clara do que é um ritual de transição, pois mostra uma importante quebra do padrão de comportamento de aceitação que a secretária  Andrea (Anne Hathaway) tinha em relação a sua chefe Miranda Priestly (Meryl Streep) e sinaliza o fim dos abusos impostos pela última.

Narrando a cena: Depois de Andrea aceitar e realizar inúmeros pedidos absurdos no decorrer da história, de receber constantes agressões verbais e ligações de sua chefe nas horas mais impróprias, a secretária, ao ouvir o característico toque do seu celular com mais uma chamada de Miranda, olha para o aparelho e o arremessa em uma fonte, ato que simboliza o fim da relação entre as duas (veja a sequência de cenas na figura abaixo).


Reforço que esta é só uma ilustração, não quero dizer que você precise fazer algo do gênero para então mudar, mas de alguma forma, a quebra do comportamento de aceitação precisa acontecer.

Mas vamos lá, como então fazer isto?

Dizendo o primeiro NÃO! Mas quando falo do primeiro NÃO, é aquele realmente difícil de dizer, aquele que em outras circunstâncias você cederia.

Vai ser fácil? Garanto que não. De início, você provavelmente vai hesitar e pensar em inventar uma desculpa qualquer. É preciso ter coragem para seguir em frente.

É natural, uma vez que você se decida a dizer não, que seu corpo dê sinais de ansiedade, você provavelmente vai suar, vai sentir seu coração acelerar, terá medo de como a pessoa reagirá, ficará com receio de não conseguir sustentar sua postura, de voltar atrás se insistirem no pedido, temerá que as pessoas se afastem de você e pode ter medo de não ser mais amado, mas seja firme. Enfrentar esta primeira situação é quase que uma indicação terapêutica!

À medida que você for se sentindo mais seguro com a sua nova postura, estes sintomas começam a desaparecer ou pelo menos, diminuem bastante de intensidade.

E uma vez que você comece a viver esta mudança, encontrar o ponto de equilíbrio é essencial.

É muito provável que você goste bastante desse seu novo eu, sinta-se poderoso(a) como protagonista da sua própria história, dono(a) de suas vontades, mas evite os extremos. Você não precisa ser totalmente permissivo(a), nem muito menos resistente ou rígido demais, ou seja, nem oito, nem oitenta.

Balancear as suas atitudes e discriminar quando vale a pena ceder é primordial, ou seja, permita conhecer até que ponto você pode atender a um pedido e sentir-se bem e respeitado e quando a situação extrapola seus limites e é preciso usar o freio. Será um exercício de autoconhecimento e experimentação, com o tempo saberá achar a dose correta que fará bem a você e a quem convive contigo.

E se por algum acaso, no meio deste caminho, você se deparar com alguém que brigue ou se distancie de você por causa do seu NÃO, simplesmente agradeça, para o seu bem, foi melhor assim!

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Cada Escolha, Uma Renúncia


É parte da nossa vida fazermos escolhas e isto acontece desde que nascemos. Porém, a medida que envelhecemos e amadurecemos as escolhas começam a ser mais complexas e costumam mudar o rumo da nossa história.

Escolhemos nossas amizades, que curso prestar no vestibular, que carreira seguir, se terminamos ou não aquele relacionamento, se damos uma chance ou não para aquela pessoa, se mudamos ou não de trabalho, se aceitamos ou não uma transferência de cidade, se compramos ou não aquele carro, se começamos ou não uma dieta, se investimos ou não naquele sonho e por aí vai.

Nossa trajetória vai sendo traçada em decorrência destas escolhas e todas as vezes que escolhemos uma opção, renunciamos às demais.

Algumas decisões são muito fáceis e certas, fazemos sem hesitar e com muita confiança de que é o melhor caminho a seguir, estas trazem uma satisfação quase que imediata. Já outras, não são tão simples assim, geram inúmeros sentimentos desconfortáveis.

Dentre os mais comuns estão a insegurança (se tomou a melhor decisão), a culpa (por ter magoado ou desagradado alguém), o medo (de sofrer as consequências ruins ou não tão boas da escolha), o arrependimento (de ter deixado de lado a outra opção), dentre outros.

Além de sentimentos, as escolhas difíceis comumente vêm acompanhadas de alguns pensamentos / frases que destaco em três principais:

1. “Eu não devia ter escolhido isto.”

Pergunta que não quer calar: que ganho você tem ao ficar se martirizando pelo “leite derramado”? Concentre suas energias no que vem depois, porque o que está feito, está feito!

Como eu disse acima, arrependimento e insegurança são sentimentos muito comuns diante das escolhas, mas de produtivos e positivos eles não têm nada.

Em algumas ocasiões, você pode ter uma segunda chance de voltar atrás e de optar pela próxima opção. Ótimo quando isto é possível, mas quando não é, siga adiante.

Como eu já disse em outro post, não ache motivos para te paralisar e te impedir de continuar, não se sabote. Lembre-se: às vezes, o sofrimento pode ser opcional.

2. “E se eu tivesse feito aquilo?”

Não entre na cilada de questionar o que teria acontecido se você tivesse feito outra escolha. Você jamais saberá!

Tente tirar o “e se...” da sua cabeça, ele não existe, é simplesmente a sua fantasia em cima de algo que não aconteceu e a doce ilusão de que as coisas seriam melhores se tivesse tomado outra decisão.

Você nunca poderá ter certeza disso, portanto, pensar nessa possibilidade só vai te fazer ficar preso a este sentimento de impotência.

Assuma sua escolha e lide com ela.

3. “Ele(a) não me deu outra opção.”  

Talvez esta seja a maneira mais fácil de justificar a sua escolha, atribuir a responsabilidade a outra pessoa, sendo que existem sempre duas ou mais alternativas: fazer ou não fazer, ir ou não ir, falar ou não falar e por aí vai.

O que acontece nessa circunstância é que sua coragem ou motivação para agir foi menor do que a intenção em confrontar ou decepcionar alguém, então é mais fácil depositar a responsabilidade da sua atitude em outra pessoa.

Eu consegui ser clara?

Caso não, tentarei ser mais específica com uma simples situação hipotética. Você tem duas festas de casamento no mesmo dia e em cidades diferentes e distantes, sendo que as duas são de amigos muito próximos e queridos. Você tem três opções: ir a uma festa, ir a outra ou não ir a ambas.

A última opção normalmente passa pela sua cabeça como a mais democrática, mas digo que talvez seja a menos corajosa de todas. Apesar de “não ir” ser um posicionamento, é o que menos demanda sua atitude e sinceramente, mais se parece como uma fuga da decisão.

Uma vez que você decida ir a algum dos casamentos, qual a tendência a seguir? Normalmente (digo normalmente porque esta atitude depende da personalidade de cada um), damos preferência àqueles que são mais “difíceis” de lidar, estes acabam ganhando nossa escolha, não por serem os favoritos, mas por serem aqueles que temos mais receio (ou até mesmo medo) de enfrentar e desagradar.

A outra opção, já descartada, é sempre daquele mais compreensível, menos questionador ou que também não teria coragem de demonstrar sua insatisfação diante da sua negativa.

Concluindo este tópico, uma coisa é fato: sempre há outra opção. A questão é se você está disposto e preparado para encará-la.

                                                                                            ***

Tomar decisões é algo que sempre acontecerá na sua vida, você queira ou não, mas tomar boas decisões (aquelas que trazem bons resultados) é uma habilidade que vem com a maturidade, com as experiências, com os erros e acertos e será demandada de você tanto na vida pessoal quanto profissional.  

De tudo que disse, escolho afirmar apenas uma coisa com total convicção: na arte de escolher, independente das opções que fizer, escolha sempre ser feliz! E para ser feliz, também é preciso coragem. Você tem?

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Você Precisa Saber de Você


Nada é mais importante para o crescimento contínuo de um profissional do que saber suas limitações e oportunidades e trabalhar arduamente para melhorá-las. 

No meu ponto de vista, os gestores têm um papel fundamental nessa missão, mas uma boa dose de vontade e determinação são imprescindíveis para que essa somatória de esforços dê bons resultados.

Neste assunto, vou falar com vocês de maneira bastante direta, quase como se estivéssemos realmente conversando.

Portanto, para iniciarmos, sugiro que você responda a uma pergunta fundamental: você sabe quais são suas maiores dificuldades como profissional? 

Não! Eu não estou estou sendo clichê, muito menos estou fazendo pergunta chavão de processo seletivo. Peço que pense com profundidade. 

Se as primeiras coisas que passaram na sua cabeça é que é ansioso(a) e/ou perfeccionista, pare agora! Vamos lá, dedique um pouco mais de tempo para refletir sobre suas reais oportunidades.

Quando falo em oportunidades de desenvolvimento, falo de algo que realmente te paralisa, te trava, te atrapalha, te dificulta ou te impede de ser mais bem sucedido do que é neste momento. 

Talvez seja algo que você esconde a sete chaves e não tem coragem de dizer nem em voz alta, mas se permita. Pensar sobre isto é fundamental para te fazer subir mais um degrau no seu processo de amadurecimento profissional.

Voltemos a pergunta inicial: quais são suas maiores dificuldades?

Para esclarecer ainda mais, cito alguns exemplos:



Nenhum destes exemplos pode ter feito sentido para você ou se encaixado no seu perfil, mesmo porque, há inúmeros outros aspectos que deixei de mencionar, mas isto não significa que você está 100% e sem oportunidades de melhoria.

Se somente este convite a um exercício de reflexão não é suficiente para te fazer chegar a sua lista, há outras maneiras de chegar à resposta. 

A primeira sugestão é ter uma boa conversa com seu superior(a) imediato. Via de regra, é ele(a) quem acompanha seu desempenho diariamente e tem condições de lhe dar um bom retorno. A iniciativa para este bate-papo pode partir de você, não há problema algum com isto. Sua proatividade em buscar meios e informações para melhorar, muito provavelmente será vista com bons olhos.

Uma outra forma de ter mais informações, é falar com seus pares e/ou colegas de trabalho. Pedir um feedback sincero sobre suas competências costuma ser bastante enriquecedor e normalmente, este público é bastante sincero e direto em seus apontamentos.

Uma terceira estratégia é investir um pouco mais e fazer um mapeamento de competências e/ou avaliação de perfil, há inúmeras consultorias com ferramentas sérias e bastante fidedignas que dão conta desta tarefa (conte comigo se precisar de mais dicas sobre este aspecto).

Aquela máxima de que aprendemos muito mais quando erramos do que quando acertamos, vale também quando falamos de competências e comportamentos. Crescemos muito mais quando focamos em desenvolver o que temos de deficiente do que quando só concentramos nossas forças em fortalecer o que já temos de bom (este aspecto obviamente também não pode ser deixado de lado nunca).

Quando você tem clareza dos seus pontos de melhoria, todos seus esforços e iniciativas podem ser direcionados para superá-los. Então, se a sua lista está pronta, um bom plano de ação espera por você. Mãos à obra!

Nota Importante: Este mesmo exercício pode ser totalmente aplicado em aspectos da vida pessoal, troque o chefe pelo pai, mãe, esposa, marido, namorado(a), substitua os pares e colegas pelo irmão, irmã, melhor amigo(a). Os resultados podem ser surpreendentemente positivos.