quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Ao Envelhecer, É Preciso Endurecer?


Celebrar mais um ano de vida sempre me faz refletir... A reflexão deste último aniversário me trouxe a lembrança de que costumava levar a vida de uma maneira bem mais leve quando era mais jovem, quando criança então, nem se fala.

Ao olhar para minha infância lembro de tudo com alegria, até dos momentos não tão bons. Tinha uma boa dose de imprudência e ousadia, agia sem pensar nas consequências, era até petulante às vezes, resiliente diante das broncas e conflitos, me contentava com pequenos “mimos e carinhos” e isto coexistia numa criança que também era responsável, educada e basicamente feliz.

É claro que alguns comportamentos são próprios da infância e que se mantidos na vida adulta não fazem mais sentido ou não são aceitos, como a inconsequência, por exemplo. Hoje temos responsabilidade por nossa casa, trabalho, pessoas, dívidas, etc. Mas a pergunta que não quer calar é: será mesmo que  ao envelhecer, é preciso endurecer? 

Há algumas semanas atrás estava me planejando para uma viagem internacional a trabalho e comecei a pensar sobre tudo que precisava organizar: 
  • Será que essa roupa é apropriada?
  • Será que aguento carregar essa mala sozinha?
  • Será que vou saber me comunicar do jeito que preciso com as pessoas?
  • Será que se não quiser ir nos eventos vou parecer antissocial?
  • Será que compro tudo que tenho vontade?
  • Será que consigo isto? Será que é melhor fazer aquilo? E mais um monte de neuras...

Até que chegou o ponto do “Peraiiiiii!!!!” e uma pergunta me alfinetou: há 6 anos atrás você passou pela mesma situação, era mais jovem, mais imatura, menos experiente, tinha menos jogo de cintura e tirou isto de letra:

Menina, você está regredindo?” 

Por que em vez de me sentir mais segura, mais confiante, mais preparada, hoje tenho mais medo, mais prudência, mais rigidez?

Cheguei a conclusão de que a minha atitude diante das situações é de tamanho controle que não podia aceitar que nada desse errado ou fugisse das minhas rédeas de previsibilidade. O que realmente mudou foi a minha maneira de encarar as coisas, única e exclusivamente.

Tenho consciência de que é o meu olhar para o mundo e para as coisas que vai me fazer agir com leveza ou dureza, que vai me fazer tirar de letra um problema ou ruminá-lo por dias a fio.

Recentemente postei uma frase que vem totalmente a contribuir para este post: “Não há penitência maior do que aquela que Deus coloca em nosso caminho todos os dias”. Para mim, estas circunstancias dificilmente são evitáveis, ou seja, iremos enfrentá-las cedo ou tarde. Já a maneira como faremos é o que vai fazer toda a diferença. 

Anda, sacode a poeira e dá a volta por cima resolveria bem os percalços que encontramos ao longo da vida. É simples assim? Obviamente que não, mas vale a pena agir de outra maneira? Creio que não, também!

Criar mais penitências, mais empecilhos, mais dificuldades do que as que já existem na vida é quase que uma autopunição.

Seria ótimo se pudéssemos percorrer a nossa vida como no filme “O Curioso Caso de Benjamin Button”: deixando a nossa alma cada dia mais jovem, mais leve, mais serena e com uma pureza e inocência dignas da infância e que a dureza, rigidez e falta de mobilidade, ao longo dos anos, deixássemos para trás. 

Prometo que se aprender o caminho, conto para vocês...

Ah, este é um filme que vale a pena assistir!

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

“Amor Palavra Que Liberta, Já Dizia o Profeta”

 
Receio que o post de hoje seja muito mais um desabafo pessoal do que qualquer outra coisa. De qualquer forma acho legítimo externalizar o meu incômodo, principalmente porque, preciso respeitar o propósito que estabeleci para as minhas escritas: “falar sobre o que tivesse vontade sem quaisquer restrições”.
Já faz algum tempo que tenho refletido sobre o que vem acontecendo com o comportamento humano. Posso garantir que isto tem tomado meus pensamentos não somente por ser inerente a minha profissão...
A questão central é que tenho visto e vivido situações com pessoas que têm me gerado um desconforto grande e todas elas giram em torno de um fator central: falta de integridade, respeito e amor.
Ou estava míope para muitas coisas ou a situação piorou drasticamente nos últimos anos. O que mudou de uns tempos para cá?
O jeitinho brasileiro virou um meio de vida e ele nem sempre diz respeito apenas a “achar um meio”, está totalmente permeado de malandragem, desonestidade e busca de favorecimento próprio.
As palavras “bom dia, desculpa, com licença, por favor, muito obrigado(a)” parecem ter caído em desuso.
A generosidade, bondade e gentileza não são valorizadas e aqueles que as praticam aparecem em segundo plano, sendo sobrepostos pelos inúmeros maus exemplos que temos hoje em dia.
Abro um parêntese:
(Eu fui criada em princípios cristãos, por mais defeitos que todas as famílias possam ter (inclusive a minha), considero que tive o que chamamos de “berço”.
Fui corrigida e orientada quando cometi falhas, recebi broncas, castigos e alguns tapinhas e isso não me tornaram delinquente.
Brincávamos em ruas de bairro, íamos de um lugar a outro a pé sem medo de sermos assaltados, estuprados, sequestrados, agredidos.
A escola me ensinou não somente as matérias para passar no vestibular, mas reforçou o valor da disciplina e do respeito que começaram em casa. Jamais ousávamos questionar a rigidez de um professor, nunca dissemos a ele que quem pagava o salário dele eram nossos pais e que por isso estavam lá para nos servir.)
Pergunto de novo: o que mudou de uns anos para cá?
Dia desses estava em uma loja de departamentos agachada para pegar um produto na parte mais baixa de uma prateleira e uma mulher passou, meteu sua bolsa na minha cabeça, perdi o equilíbrio e quase cai no chão e a senhora, nem ao menos olhou em minha direção, continuou em seu caminho como se nada tivesse acontecido. Se ela não tivesse notado, ok, mas ela viu e ignorou, o que é muito pior.
Na semana passada, uma funcionária virou para seu superior e disse: “tenho um compromisso pessoal e como serei descontada das horas que estiver ausente, depois que sair do meu compromisso, vou passar no médico e pego um atestado qualquer, assim você não tem o que fazer.” Se não bastasse isso, fez questão de debochar do chefe com os colegas de trabalho dizendo: “ele (supervisor) vai ter que engolir o atestado”, emendando com uma grande gargalhada.
Ontem parada no congestionamento vi uma família descendo do seu carro recém estacionado. A mãe pegou a filha de aproximadamente uns 7 anos pelo braço para levá-la até a calçada, mas ela não foi conduzida pela mãe, ela foi arrastada e como o degrau da calçada era alto para as pernas da menina, ao tentar subir, tropeçou, caiu e perdeu um de seus chinelinhos. Naturalmente começou a chorar e ouviu “gentilmente” o comentário da sua mãe para o pai: “essa menina é doida”. Que tipo de pessoas pretendemos formar para o mundo dessa maneira? Que valores passamos para estes pequeninos?
Estas são somente algumas situações bobas que vieram a minha cabeça agora, mas são casos que ultimamente têm deixado de ser exceção...
Sempre me considerei com uma dose bem grande de otimismo e acreditava verdadeiramente que apesar de tudo, “os bons são a maioria” e o fato de estar duvidando disto ultimamente, tem me deixado bastante incomodada.
Diante disso, meus poucos e bons, desafio vocês a realizar a cada dia um ato simples de generosidade, uma gentileza sem interesses ou um carinho sem esperar nada em troca.


Dê a passagem para alguém no trânsito, pense duas vezes antes de buzinar e xingar. Ajude alguém com dificuldades a atravessar a rua, auxilie uma pessoa idosa com suas sacolas de compras de supermercado. Abra um sorriso para um desconhecido, fale bom dia para aqueles com quem trabalha. Elogie alguém que você gosta, deixe as pessoas lembrarem de você pelas coisas boas que saem da sua boca. Doe as roupas e sapatos que não usa mais. Comece com o simples, com o que devia ser natural...
E se puder, agradeça todos os dias pela sua capacidade de se indignar.
Peço que Deus permita que eu não me acostume e nem ache natural tudo de torto que tem acontecido no mundo ao nosso redor. Pois enquanto houver incômodo, há atitude e portanto, há esperanças...

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A felicidade sumiu! Alguém a viu por aí?


O que faz com que a gente vá perdendo o brilho, a alegria, o entusiasmo e a paixão pelas coisas e pela vida?
Façamos um simples exercício: vá a um lugar com bastante movimento e fluxo de pessoas, pode ser um shopping, um aeroporto, uma rodoviária, o centro da cidade ou uma rua com grande circulação de gente. Pare e preste atenção nas pessoas! Olhe aleatoriamente, olhe ao redor.
Tente contar quantas delas estão sorrindo, com um semblante feliz, despreocupado e sereno? Posso apostar que a maioria está com a testa franzida, olhar perdido, andar apressado e cara fechada.
Mude seu foco! Tente procurar por bebês ou crianças em seus primeiros anos de vida. Quantos estão sorrindo, gargalhando, se divertindo com qualquer coisa que lhe colocaram nas mãos, distraindo-se com a descoberta de cores e sons, inebriados pelo movimento e com os olhos atentos e arregalados, absorvendo toda a novidade que o mundo lhe apresenta.
Continuo a refletir sobre os bebês. Eles acordam (e também a seus pais) nos primeiros raios do dia e na maioria das vezes, abrem um gostoso e lindo sorriso, mesmo que desdentado. Costumam sofrer, chorar e resmungar por dor, algum desconforto ou fome.
E nós, sofremos por quê? Coloco nós, porque também me incluo neste pacote.
Sofremos para acordar cedo e quando não conseguimos dormir, reclamamos se temos que dirigir longos caminhos congestionados até o trabalho e mais ainda se não temos o tal trabalho. Se dependemos de transporte coletivo, reclamamos do preço, do atraso, da aglomeração e do tráfego.
Nos irritamos com as pessoas folgadas, mal educadas, espaçosas, indiferentes e grosseiras. Nos incomodamos com o silêncio do outro e com o barulho do mundo. Reclamamos quando o chefe é ausente e mais ainda quando ele demanda demais. Nos queixamos do peso, da fome, das contas para pagar e do salário que nunca dá. Xingamos os governantes, a polícia, o vizinho e o “barbeiro” no trânsito.
Se faz calor, é ruim, se faz frio, é pior. Se o atendimento deixa a desejar, dizemos que “nunca mais pisaremos lá”, mas se a qualidade é boa, o preço é acessível e tem wi-fi grátis, levamos a nossa cara de pau de novo ao estabelecimento. Choramos de saudade, de falta de amor, de angustia, mas não sabemos aproveitar os encontros, a presença e custamos a curtir verdadeiramente um momento.
Aí me lembro novamente dos bebês e me vem uma pergunta que não quer calar: em que momento da nossa existência perdemos essa inocência infantil e deixamos de lado nossa capacidade de nos maravilharmos e sermos felizes gratuitamente?
Existe uma receita universal para ser feliz? Eu duvido! O que faz bem para mim e me satisfaz é muito particular, porém considero que algumas atitudes podem SIM fazer a diferença no meu e no SEU mundo.
10 Atitudes para Ser FELIZ 
 
 
1)      Uma vez por semana (no mínimo), faça pelo menos uma coisa que te dá muito prazer
 
Ninguém é feliz só cumprindo um mundo de obrigações do tipo: tenho que fazer isto e preciso fazer aquilo. Os verbos corretos para se descobrir o que realmente te dá prazer e fará a diferença no meio de tantas coisas que você tem que fazer são: quero, desejo, sonho, gostaria e tenho vontade. Esse sopro de satisfação e bem-estar é o que te dará energia para lidar com o resto das outras coisas que são inevitáveis.
 
2)      Tire frases e palavras negativas do seu vocabulário

Surpreende-me que as primeiras palavras dos bebês ainda sejam mamãe e papai, porque seguramente poderia ser “NÃO”, diga-se pela quantidade de vezes que ouvimos isto desde que viemos ao mundo.
Daí para falarmos com frequência as frases adiante é um pequeno pulo: “isso não vai dar certo, isso não vai prestar, eu não quero, eu não posso, eu não sei, eu não tenho, nada funciona, nunca pude isto, jamais quero te ver de novo, etc.
Experimente por um dia construir frases sem usar a palavra NÃO, é um desafio e tanto, mas trará uma enxurrada de novas possibilidades, muito mais positivas, para o que sai da sua boca.
 
3)      Olhe seus problemas de fora e pense em soluções

Temos uma habilidade extraordinária de dar conselhos e palpites aos outros e quando o holofote vira para nós, ficamos perdidos. Tente sair da turbulência que uma dificuldade lhe causa e olhe de fora.
É bem difícil conseguir se limpar dentro da lama, portanto, saia dela. Raramente uma emoção é capaz de resolver um problema, portanto, pense com racionalidade, desenhe soluções, reflita em caminhos e tome atitudes.
 
4)      Pare de culpar os outros pelos seus problemas e infelicidades

Você acha que alguém é responsável pelos seus problemas e infelicidades? Você permite que esta pessoa cause isto a você? Você faz alguma coisa para se livrar desta situação? Quando alguém afeta negativamente nossa vida, somos mais culpados por isto do que a pessoa em si, primeiro por deixarmos e segundo por não reagirmos. Vitimar-se também é uma opção, mas dificilmente te fará feliz ou fará você melhorar. Tome controle da sua história e assuma suas próprias escolhas.
 
5)      Conviva com pessoas que te fazem bem e querem seu bem

Insistir em um relacionamento, uma amizade ou um vínculo que te destrói e te faz mal é uma das formas de ser infeliz. Sem dúvidas, há convivências difíceis de evitar, sejam elas em casa ou no trabalho. Mas quando há opção de escolha, invista em amigos que sejam a família que optou ter e no ambiente familiar, eleja aqueles que valem a pena ficar perto e outros que o melhor a fazer é se afastar. Procure investir sua convivência com pessoas que despertam o seu melhor.
 
6)      Admire a natureza

Olhe para um céu estrelado, para a lua brilhando, para um campo verde, para flores coloridas, para um belo pôr de sol, sinta a brisa do vento no rosto, tome um banho de chuva. Isso tudo resolve seus problemas? De fato não, mas traz paz. Contemplar a natureza em silêncio, aquieta a alma e talvez seja o mais próximo do divino que podemos chegar.
 
7)      Tenha Fé

Seja ela em Deus ou em qualquer coisa que acredita, a começar por VOCÊ mesmo.

8)      Procure ser mais leve

Ser mais leve, vale para o peso da balança também, mas digo no sentido de “tirar o piano das costas”, parar de “arrastar correntes”, de “ser militar consigo mesmo”. Procure permitir-se, busque quebrar certas regras que impõe para a sua vida, extrapole os limites da sua própria intolerância e rigidez. Não se leve tão a sério, a maioria das pessoas não te leva e ainda assim, ria de si mesmo. Esse exercício é um dos mais válidos para mim.

9)      Ouça e siga seu coração

Eu creio que todos nós temos uma voz interior. Às vezes, ela é cheia de impulso e imprudência, outras horas, cheia de medos e ressalvas, em muitos momentos, duvidosa e em conflito, mas na maioria das ocasiões, é cheia de certezas, sabedoria e intuição.
Reserve um tempo para silenciar tudo ao seu redor e deixar ouvir o que esta voz tem a te dizer. Ela, aliada ao nosso instinto de autopreservação e discernimento, normalmente mostrará o melhor caminho a seguir, confie!

10)   Agradeça todos os dias por estar VIVO

É clichê dizer que a vida é um presente, mas tive dificuldade de achar frase melhor para definir o milagre de acordarmos todos os dias.
O número de desgraças, tristezas, atrocidades e violência no mundo ao nosso redor só aumenta e diante disso tudo, quais são os nossos reais problemas? O que são nossas reclamações diante dessas dores e das perdas que vemos diariamente?
Li uma vez que se colocássemos a pilha dos nossos problemas na nossa frente e olhássemos a pilha dos outros ao nosso redor, pegaríamos a nossa de volta.
Por isso, simplesmente tenha gratidão por estar vivo e use tudo o que está ao seu alcance e nas suas mãos para fazer de sua existência uma passagem feliz.

Por fim, uma última reflexão: você já percebeu que quando VOCÊ está bem, tudo ao seu redor muda? O mundo mudou? Não, ele está exatamente igual. O que mudou foi seu olhar para o mundo.
Se você está feliz, as coisas ao seu redor ganham cor, brilho, significado e uma onda de boas energias contagia quem está por perto.
Os problemas não desaparecerão, as chatices não sumirão, as dificuldades não cessarão e as dores do mundo permanecerão, mas ACREDITE: as mudanças acontecem a partir de você, de dentro para fora, portanto, mesmo quando tudo ao seu redor parecer escuridão, seja LUZ! 

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Somos do Tamanho dos Nossos Sonhos



É imenso o poder que vem da fé e não menos poderoso é o poder da vontade e do querer. Por isso, não poderia colocar um título diferente a este a post, pois acredito fortemente que somos do tamanho dos nossos sonhos.

Antes de falar sobre a nossa energia e potencial para conseguirmos o que desejamos para nossa vida, vou investir alguns parágrafos para falar sobre as forças que agem contrariamente ao querer.

Nessa reflexão, tentei buscar uma frase que pudesse traduzir um pouco do meu pensamento sobre o assunto e não achei outra melhor que: “quem quer arruma um meio e que não quer arruma uma desculpa”. Para mim, esta afirmação jamais será um chavão, uma vez que ela traz uma verdade tão sincera que autoriza a sua repetição.

Essa questão de arrumar uma desculpa é um mecanismo de enganação. Mais ou menos: eu finjo que é isso e você finge que acredita.

Quem arruma a desculpa usa de uma impotência disfarçada, como se não fosse capaz de fazer ou conseguir algo, e por isso, tenta achar uma justificativa para o seu não querer, mas muito raramente a desculpa traduz uma barreira concreta. É uma malandragem, que desmascarada, só invalida a credibilidade. E nessa “brincadeira”, o maior prejudicado é quem a faz. Simples assim!

Ainda tratando destes mecanismos de impedimento ou de defesa, outra frase veio à tona: “ninguém pisa em alguém, que já não está no chão”. A primeira vez que ouvi essa afirmação, a considerei muito dura e minha primeira reação foi a de rejeitá-la. Talvez você tende a fazer isto agora, mas vamos falar mais sobre isso...

Quando autorizamos que alguém nos maltrate, nos diminua, nos humilhe, nos subestime, nos agrida, normalmente nos colocamos numa situação de inferioridade, submissão, resignação e em níveis mais sérios, de aceitação.

Essa vulnerabilidade e de evidente fragilidade, nos coloca num lugar muito pouco confortável para a maioria das pessoas e leva a forte tendência de reação à situação adversa, mas por outro lado, às vezes também serve como desculpa para não agir.

É muito provável que você já tenha escutado de alguém frases como: tudo dá errado comigo, ninguém me dá crédito, não me respeitam, não me levam a sério, só “apanho” da vida, só levo tombo, me sinto agredido(a), sobre assédio, etc. As perguntas que não querem calar, são: essas pessoas fazem alguma coisa para sair dessa situação? Reagem a todas essas adversidades de que maneira?

Pois bem, atitude e resiliência são aspectos fundamentais nas pessoas vencedoras.

Você sabe o que é resiliência? Esse termo foi primeiramente usado pela Física e significava a "propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão causadora da deformação elástica”. Difícil, né?

Agora traduzindo para o âmbito das relações humanas, podemos dizer que resiliência é a capacidade de recuperar-se e restabelecer-se após uma pressão, situação crítica ou adversa, (como stress, doença, frustração, etc.), ou seja, as crises, as mudanças, os infortúnios não deixam de existir, mas a maneira com que reagimos a eles é que faz toda a diferença.

Coloco aqui um teste simples para que possa avaliar o seu grau de resiliência e entenda um pouco mais do assunto:


Até então, refletimos que temos poder para fazer e acontecer, que existem mecanismos internos e externos que podem agir contrariamente, e no meio destas forças opostas, temos a resiliência. Mas qual a receita para termos sucesso?

Escolheria os ingredientes: foco, força e fé. Esse trio junto é poderosíssimo. Você tem um sonho e quer alcançá-lo?

Sugiro seguir alguns passos:


Tenho forte convicção que tudo que conquistei na minha vida foi fruto de muita determinação, coragem e persistência, e para aquelas causas mais difíceis a fé sempre foi meu “escudo de combate”.

Sei que não sou exceção. Para a maioria das pessoas as realizações acontecem assim, dificilmente recebemos o que desejamos na nossa porta, de bandeja ou embrulhado para presente com um laço vermelho.

Ainda acredito que usamos muito pouco do poder que temos, mas cada vez que uma batalha é lutada e ainda mais, quando ela é vencida, nos tornarmos mais fortes e confiantes para a próxima jornada.

A nossa capacidade de realizar é muito maior do que imaginamos e o dia que soubermos fazer uso de todo esse potencial, o céu é o limite.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Nem Todos São O Que Parecem Ser



Hoje quero falar de rótulos!

Primeiro, quero começar com aqueles que vem a embalar os produtos que compramos: muitos são bem atrativos, nos chamam a atenção, aguçam a nossa curiosidade, nos enganam por se assemelharem a outros, nos repelem logo de cara, não nos despertam interesse, nos confundem em sua aparência e fazem-nos “comprar gato por lebre”, nos seduzem a experimentar algo novo, enfim nos direcionam às escolhas.

Será que tudo isto que citei em relação a produtos, cabe também ao nos referirmos a pessoas?

Leia novamente tudo que escrevi no primeiro parágrafo pensando em alguém: muitos são bem atrativos, nos chamam a atenção, aguçam a nossa curiosidade, nos enganam por se assemelharem a outros, nos repelem logo de cara, não nos despertam interesse,  nos confundem em sua aparência e fazem-nos “comprar gato por lebre”, nos seduzem a experimentar algo novo, enfim nos direcionam às escolhas.

E então? Encaixou, não é mesmo?

Vamos fazer um exercício rápido com algumas figuras. Olhe-as abaixo e resposta mentalmente:
  1. Qual a primeira coisa que você enxergou?
  2. Dê uma segunda olhada, é somente isto mesmo que contém nela ou você enxerga mais alguma coisa?
  3. Se eu não tivesse dito para você olhar novamente, você teria aprofundado seu olhar para buscar ver além da primeira aparência?



Este exercício é uma ótima analogia para afirmar que isto acontece frequentemente nas nossas relações interpessoais. Têm pessoas que são “classificadas” com base em nosso primeiro olhar, no primeiro feeling,ou até mesmo fazendo o uso do jargão: “a primeira impressão é a que fica”. E isto vale tanto para boas quanto para más classificações. Tem gente que nos parece muito legal, amigável, amistosa, cativante, simpática, atraente, interessante num primeiro momento, ao mesmo tempo que outras já são taxadas de arrogante, fechada, antipática, mal humorada, intragável, logo no primeiro olhar a ela.

Porém, nem sempre estas “verdades” que atribuímos ao outro se confirmam à medida que aprofundamos o olhar, mas será que chegamos a dar oportunidade para que as impressões sejam confirmadas ou descartadas?

Dificilmente damos uma segunda chance para conhecer melhor alguém que logo de início já não simpatizamos. Em contra ponto, facilmente procuramos conhecer com mais profundidade alguém que passou a impressão de ser fantástica. E nem sempre isto se confirma após um pouco mais de proximidade.

Vou citar um exemplo para clarificar o que digo. Gosto bastante de assistir todos estes programas de apresentação de talentos gerais e musicais como: American IdolBritain’s Got Talent e mais recentemente ao The Voice.

O que isto tem a ver com o que eu digo? Primeiro, espero que vocês já tenham tido oportunidade de ver, pelo menos uma vez, algum destes programas, para entender minha analogia.

Os dois primeiros programas são de apresentação de candidatos a talentos a uma mesa julgadora que os vê, ouve e finalmente, os avalia. Já no The Voice, o processo é diferente, pois as audições são às cegas, onde somente o talento é levado em consideração, a aparência, num primeiro momento, é totalmente irrelevante para a aprovação de um participante.

Agora, veja as três pessoas aqui embaixo. Neste primeiro olhar, você concederia a eles o seu voto de confiança, afirmando o seu talento apenas pela primeira impressão que eles passaram a você, sem nem ao menos ouvi-los?


As três fotos acima são de participantes do concurso Britain’s Got Talent em que todos eles foram primeiramente desacreditados por conta de sua aparência e surpreenderam aos jurados e à plateia com a magnitude de suas vozes e dimensão do seu talento (coloco o link com as performances deles para vocês terem noção do que eu estou falando. Vale a pena assistir!).

  1. Paul Potts: http://www.youtube.com/watch?v=VQ345FwOujI
  2. Susan Boyle: http://www.youtube.com/watch?v=xRbYtxHayXo
  3. Jonathan: http://www.youtube.com/watch?v=E2Sqw7I6dYQ

Alguma vez você já descartou alguém por aspectos ligados à “embalagem”? Sinceramente, não quero entrar em questões ligadas ao preconceito, este não é meu intuito com este post, pois quero apenas levá-los a refletir sobre o porquê que fazemos certas escolhas baseando-se em primeiras impressões.

É muito comum isto acontecer no que se refere a relacionamentos, escolhas profissionais, processos seletivos, dentre outros. E lembrem-se, isto pode acontecer de você em relação a alguém, mas também no caminho inverso.

Já ouvi inúmeras queixas, como: “tenho certeza que não fui aprovada naquela processo seletivo só porque sou gordinho(a)”, “aquele cara ou aquela moça nem olhou para mim só por causa da minha aparência”, “ ficaram olhando torto para mim naquela festa, só por causa das minhas roupas”, “parece que eles só aceitam contratar gente com um certo padrão de beleza”, ou “só porque não tenho um bom carro, não sirvo”, até mesmo “eu sou tímido(a) e por isso, se afastam de mim sem me conhecer”,  e por aí vai.

Agora veja só que interessante: Uma situação muito comum na nossa realidade atual, no mundo conectado em que vivemos, é termos a oportunidade de falar remotamente com várias pessoas, seja por e-mail, telefone ou ferramentas de comunicação por chat, seja para relacionamentos pessoais ou profissionais. E nestes casos, quantas vezes já fomos cativados por estas pessoas sem ao menos tê-las conhecidos pessoalmente. E mesmo que a nossa imagem mental e imaginação da aparência desta pessoa não seja condizente com o que vemos depois, isso se torna irrelevante, pois já estabelecemos o vínculo com ela pelo que ela é e pela sua atitude conosco e não pelo que aparenta ser.

Inúmeras vezes entrevistei pessoas que aparentemente pareciam inadequadas para determinada vaga ou empresa e fui felizmente surpreendida por profissionais e pessoas incríveis. Trazendo para a minha experiência pessoal, acho ótimo os currículos sem fotos, pois quero continuar a escolher as pessoas pelo seu talento e não por sua estampa.

Por fim, acho bastante grande a possibilidade das pessoas estarem suscetíveis a serem seduzidas por belas imagens ou afastadas por outras não tão agradáveis (e humildemente também me incluo neste pacote), mas o que quero sugerir com esta mensagem é: invista um pouco mais de energia no segundo olhar, você poderá facilmente se surpreender com o que encontrará além dos limites da aparência.

(Resposta às imagens de figura e fundo: 1ª) cálice e rostos frente a frente / 2ª) saxofonista e rosto feminino / 3ª) moça e idosa e 4ª) cálices e rostos frente a frente.)

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

É Uma Pena, Mas Você Não Vale a Pena



Estou quase certa de que no momento em que leram o título do post de hoje, o “VOCÊ” da frase acabou te fazendo pensar em alguma pessoa.

É até bastante natural que isto aconteça, até mesmo porque, este era o objetivo da cantora Maria Rita ao interpretar a música “Não Vale a Pena”, em que exclama a plenos pulmões a frase título deste post (se nunca ouviu a melodia, eu indico escutá-la).

Porém, quando pensei em escrever sobre este assunto, não pensei somente no VOCÊ como alguém. Quando digo “É uma pena, mas VOCÊ não vale a pena”, este você pode ser qualquer vínculo ou relação estabelecida, seja com pessoas, com coisas, com uma instituição e até mesmo com comportamentos.


Esclarecido este importante aspecto, vamos em frente.

Para falar deste tema, é fundamental que fique claro que até chegarmos à conclusão de que algo não vale a pena, acontece um processo anterior e deve haver um processo posterior. O que quero dizer com isto? 

O esquema abaixo vai clarificar esta ideia e falarei de cada etapa descrita.


1. Mergulho

O mergulho é bom... é quando vivemos aquela sensação de estarmos tão misturados e submersos que nós e a "água" somos uma coisa só.

Nesta etapa, o vínculo ainda é vivido de maneira saudável, o relacionamento não sufoca, não entristece, nem causa problemas, o trabalho te realiza, te traz satisfação e te motiva, aquela forma de agir é aceita, te traz ganhos, aquela amizade é positiva, te acrescenta, te faz feliz, aquela escolha ainda é a mais acertada, te traz contentamento, aquela atitude é inicialmente bem vista, te abre portas e assim por diante.

É difícil estabelecermos vínculos, mantermos comportamentos ou nos apegarmos a algo que já de início nos faz mal ou não nos traz benefícios (apesar de acontecer), normalmente mergulhamos em relacionamentos e investimos em atitudes que, pelo menos inicialmente, trazem algum ganho: emocional, financeiro, profissional, etc.

Como disse acima, às vezes, já mergulhamos em algo ruim desde o princípio, ou seja, mesmo sabendo que o negócio tem pouca probabilidade de dar certo, tentamos e insistimos... nestes casos, o afogamento é quase inevitável.

E mesmo nas circunstâncias em que tudo começa bem, ele também pode acontecer.

2. Afogamento

É aí que o mal estar se instala! O que antes era saudável, suportável e até mesmo agradável, torna-se um problema, desconforto e incômodo.

Não é possível acordar, nem ir dormir um só dia sem que a sensação ruim te acompanhe. Ninguém consegue esquecer que está se afogando e apesar disto ser uma metáfora, deixar de lado um pensamento de que está vivendo com algo ou com alguém que não te faz bem e se desvencilhar desta circunstância é tão difícil quanto sair de uma situação de afogamento.

Você pode negar (para os outros e para si mesmo), você pode mascarar a situação, você pode achar que é uma fase que vai passar e que vai voltar a respirar normalmente de novo, mas na maioria das vezes, você nada, nada, nada e não consegue chegar à superfície.

Há quem vá direto dessa etapa para a fase do despertar, mas por outro lado, há outros casos em que ainda é preciso chegar a uma situação limite, em que se perdem as forças, a capacidade ou a coragem de encarar o problema, há o sentimento de paralisia, seguido do "desmaio".

3. Desmaio

É claro que este desmaio é no sentido figurado. Refiro-me ao desmaio como sinônimo de um estado de inércia, sensação de impotência, em que a situação ou o contexto exerce domínio sobre si e te paralisa, impedindo-o de agir.

Fica ainda mais grave, quando chega ao estágio de anulação e perda da identidade, ou seja, a pessoa já não se reconhece mais.

Como assim?

É mais ou menos quando você pensa da seguinte maneira: em situações normais, ou se eu estivesse bem, jamais permaneceria nesta situação, agiria desta maneira ou aceitaria tais circunstâncias.

Vamos exemplificar: imagine uma pessoa que começou a trabalhar em um lugar onde inicialmente tudo corria muito bem, porém certo dia sofre uma situação de humilhação e desencorajamento em uma de suas realizações. Então, como é a primeira vez que isto acontece, é uma situação isolada. O fato te magoa, te desmotiva, te incomoda, mas como foi apenas um evento, passa. Porém, acontece de novo, o sentimento ruim volta, a indignação aumenta, a vontade de jogar tudo para o alto aparece, mas a coragem e o enfrentamento não as acompanham, portanto fica autorizado que o processo se repita inúmeras vezes, pois não há reação contrária ao abuso. Chega certo ponto, que o estado de anestesia desta pessoa é tamanho que viver nesta situação vira um sofrimento rotineiro e parece que ser agredida faz parte do que ela se tornou. Porém, esta pessoa ao se lembrar de como era antes disto tudo acontecer, não consegue entender como deixou que as coisas chegassem a este nível e parece não saber o que fazer para sair desta.

Esta é apenas uma situação hipotética e pode ser substituída por qualquer outra que lhe remeta ao mesmo desconforto.

Feliz o dia em que o estado de coma emocional cessa e a vontade de libertar-se de tudo que te faz mal surge: é o que chamo de despertar.

4. Despertar

Também podendo ser definido como o processo de tomada de consciência, em outras palavras, é literalmente entrar em contato com o problema e assumir para si mesmo que algo não está indo bem. Nesta etapa, fica muito claro a nossa frase tema de que “é uma pena, mas você não vale a pena”. Seja lá o que seja este VOCÊ.

Saber é suficiente para mudar? Não. Algumas pessoas vivem anos ou até mesmo a vida toda com a consciência de que algo não é bom, que não as fazem feliz, mas não há atitude para sair da situação. Vivem “desmaiadas” até o fim.

Mas ao mesmo tempo, para aqueles que querem a mudança, o saber é o primeiro passo para a próxima etapa.

5. Resgate

Este processo pode acontecer com ou sem ajuda. Tem pessoas que conseguem encontrar uma energia interior tão poderosa que ela sozinha é capaz e suficiente para enfrentar o que quer que seja que não vale mais a pena.

Outras pessoas precisam de apoio emocional, profissional, espiritual ou de todos estes juntos para se encorajarem a iniciar a mudança.

É nesta etapa que se coloca um basta num relacionamento infeliz, que se afasta de uma amizade destrutiva, que se pede demissão de um emprego ruim, que se para de repetir comportamentos inadequados, que se reflete escolhas e faz elas deixarem de serem definitivas, que se afasta de pessoas que fazem mal, que se para de fazer coisas que causam infelicidade.

Então, se neste estágio coloca-se um basta no problema, por que chamá-lo de resgate?

Porque é nesta etapa que acontece o resgate de si mesmo, o reencontro pessoal com o que era antes de mergulhar, afogar, desmaiar e despertar.

Será possível passar desta fase sem marcas? Dificilmente não, mas isto não significa que elas sejam ruins, é capaz até que elas sirvam de lição para quaisquer outras situações que viver, mas elas não podem ser profundas o suficiente para te impedir de ser feliz em outro capítulo da sua história.

Por isso, alguns encerram o processo aqui, mas outros ainda precisam passar pela última fase, o perdão.

6. Perdão

Aceite que você é passível de erros e acertos, de boas e más escolhas, de fazer coisas positivas e negativas e que na maioria das vezes, o maior prejudicado em todas estas situações é você mesmo.

E talvez, há uma tentativa destrutiva de atribuir-se a culpa e se martirizar pelo tempo que viveu neste estado. Porém, isto é tão improdutivo quanto tentar voltar ao passado.

Não é a toa que a figura que escolhi para este post é a de correntes que se transformam em pássaros voando em liberdade. Porque ao falar deste processo em etapas, ao chegar até aqui, qualquer situação de aprisionamento e paralisia ficou para trás e para o que virá, o céu é o limite, portanto, perdoe-se e vire a página.

Enfim, nessa caminhada, o máximo que pode acontecer é novamente chegar-se à conclusão de que “é uma pena, mas você não vale a pena” e então, tenha coragem para começar tudo de novo, é assim que a vida segue!

terça-feira, 24 de setembro de 2013

7 Coisas que Aprendi Com (e Sem) o Trabalho


É bem curioso e fascinante como cada pessoa é capaz de viver a mesma experiência de maneira totalmente diferente. O que um tira de letra, o outro sofre, o que faz um sorrir, faz o outro chorar, o que fortalece um, enfraquece o outro, o que irrita um, é indiferente para o outro... E é justamente isto que nos faz únicos e bastante singulares.

A experiência de emprego e desemprego também é bem particular e este foi o primeiro motivo que pensei um bocado antes de falar sobre este tema, pois não há nada de universal nem unânime no que vou escrever.

Cheguei à conclusão que os pontos que menciono são totalmente baseados na minha experiência, no meu ponto de vista e na minha maneira de sentir as coisas, mas mesmo assim, nada me impede de compartilhar com vocês as 7 coisas que aprendi com (e sem) o trabalho.

Aprendi que...


1. Trabalhar é um dos caminhos para a felicidade

Durante a faculdade de Psicologia, ouvi diversas vezes a frase: “O trabalho dignifica o homem.” Naquela época e durante todos os meus anos de trabalho, essa frase me intrigou: entendia o seu significado, refletia sobre o valor que dava aos meus empregos e estava certa de que gostava muito de trabalhar, mas só fui entender o verdadeiro significado desta frase agora que o trabalho me falta.

Por que isto aconteceu? Além de um inegável aspecto pessoal, há também um forte aspecto cultural. Normalmente, ao conhecer alguém, logo depois de perguntarem seu nome, questionam “o que você faz?” ou “com que ou aonde você trabalha?”.

Acreditem, não ter resposta a estas perguntas geram sentimentos ruins. Os sentimentos de angustia, preocupação e até mesmo vergonha, costumam acompanhar o desemprego. Sem contar a sensação de insegurança diante do mercado de trabalho, de estar desaprendendo e “emburrecendo” à medida que o tempo passa.

Isto passa? Espero e acredito que sim!

Enfim, para mim, trabalho é aquilo que você considera trabalho, mesmo que para você trabalho seja ser dona de casa, esposa, mãe, pai ou marido em tempo integral.

No meu caso especificamente, trabalho ainda é aquele vínculo que pressupõe uma carteira de trabalho assinada, o investimento de várias horas do seu dia, a sensação de missão cumprida ao final de uma jornada e a certeza de que no dia seguinte tem muito mais! E isto faz falta, como faz.

2. Odiar a segunda-feira e amar a sexta só faz sentido para quem trabalha

Prestem atenção nas manifestações nas redes sociais às segundas e sextas-feiras. No primeiro dia útil da semana, inúmeras mensagens e imagens de caras feias, bocejos, preguiça e mau-humor estampam suas notícias. Isto quando as demonstrações não se iniciam no domingo, durante a famosa “Síndrome do Fantástico”. A simples aproximação da segunda-feira já é motivo para causar desânimo e indisposição.

Na sexta-feira pelo contrário, o dia parece amanhecer mais feliz. Figuras de sorrisos, amigos, praias, “biritas” e baladas alegram o último dia útil da semana. Na sexta, até o visual das pessoas é mais despojado, as roupas são menos sérias e mais coloridas e a contagem regressiva para o fim do dia é inevitável.

Virar o domingo para segunda e a quinta para a sexta sem estas sensações é bastante frustrante, porque elas só existem quando você trabalha. Sentir-se mal na segunda é o ônus do trabalho e viver feliz na sexta é o seu bônus.

Portanto, se domingo às 22 horas você já está emburrado(a) e sente embrulhos no estomago só de pensar na segunda, alegre-se, pois logo cedo, no dia seguinte, você tem para onde ir!

3. É impossível trabalhar em um ambiente hostil

Sabe quando você chega para trabalhar e tem dúvidas se errou o caminho e foi parar na Faixa de Gaza? Então, isto é o que eu chamo de ambiente hostil.

Brincadeiras à parte e traduzindo para o português bem claro, falo daquela energia pesada, onde uma nuvem negra parece pairar logo acima, onde os ânimos estão sempre exaltados, os rostos são fechados e tensos, qualquer falha ou problema é motivo para quase iniciar a terceira guerra mundial, há sempre alguém tentando puxar o tapete de outro, as reuniões são verdadeiros massacres, as pessoas tratam-se de maneira agressiva e por aí vai. Por incrível que possa parecer, isto tudo de ruim ainda pode acontecer junto.

Mas espera lá! Você tem um cargo importante, um salário atrativo, benefícios de primeira e se deixa incomodar por este clima? Absolutamente sim!

No meu ponto de vista, é humanamente impossível, manter-se mentalmente saudável em um ambiente assim. Por mais que o ser humano seja resiliente, persistente e pacificador, não conseguirá sobreviver, muito menos mudar um contexto como este – a menos que mergulhe e se suje de lama, o que eu altamente desencorajo a fazer.

Ambiente hostil é sinônimo de rotatividade, pura e simples. Você pode aguentar por um tempo, mas se manter é improvável, e para mim, impossível.

4. Ter um bom salário não é o fim em si, é uma consequência

Duvido que alguém aqui tenha começado a sua carreira com o salário dos seus sonhos e ainda continuo a duvidar que tenha alguém que seja absolutamente e totalmente satisfeito com o que ganha hoje. Mas se houver, meus parabéns, você é uma exceção feliz!

Para o trabalho, todos nós temos um preço e o mínimo que você aceita para tal função tem que existir. Nesta conta estão incluídos: todos os seus anos de estudo, as habilidades e conhecimentos que adquiriu, as experiências que teve, o saldo dos feedbacks que recebeu, todo processo de amadurecimento da sua carreira e talvez, ainda estejam incluídas, todas as suas despesas atuais e dívidas a serem contraídas.

Isto significa que você será remunerado exatamente no número que fecha esta soma? Nem sempre. E isto é um problema? Nem sempre.

Complicou, não é? O que eu quero dizer com isto?

Se você acreditar que o seu salário é composto dos 3 elementos que cito abaixo, não há motivos para achar isto um problema. A equação é a seguinte:

ESFORÇO + MOTIVAÇÃO + RESULTADOS = SALÁRIO (ou RECONHECIMENTO)

Por isso que falo que salário é uma consequência, ou seja, o resultado da união destes três fatores. E se eles estiverem presentes, é quase certo que o reconhecimento virá, normalmente temos que temperar esta equação com uma pitada de paciência e determinação, mas acredite, virá!

5. No trabalho, é possível fazer amizades para a vida toda


Quantas verdades absolutas ouvimos durante a nossa vida. Estes conselhos vinham acompanhados de: valorize as boas companhias, cuidados com suas amizades, diga-me com quem andas que te direi quem és, e assim por diante.

Quando começamos a trabalhar, estamos por nossa conta e risco e as nossas escolhas, sejam de atitudes ou de quem nos aproximamos, estão em nossas mãos.

E a grata surpresa nesta experiência é que podemos encontrar no trabalho pessoas que fazem uma diferença toda especial em nossa vida. Particularmente (se é que me permitem), tenho no coração e presentes em minha vida amigos que “colecionei” durante cada emprego que tive e sei que poderei contar com muitos deles até o fim.

6. No trabalho, você se força a fazer coisas que não faz na vida pessoal

Já me surpreendi inúmeras vezes me desafiando a fazer coisas e a enfrentar barreiras na vida profissional que relutei muito em fazer na vida pessoal.

Na nossa carreira, ninguém quer saber se temos dificuldade de dizer não, de negociar, de confrontar, de tratar com figuras de liderança, de falar em público, de dar um feedback difícil, não querem saber se dominamos aquela tarefa ou se sabemos dar o devido encaminhamento àquele assunto. O que acontece então? Simplesmente temos que ir lá e fazer e SIM, achamos os meios, os recursos e a motivação para seguir adiante.

No particular, achamos inúmeras desculpas, subterfúgios e razões para adiar ou simplesmente não fazer. Temos esta escolha no trabalho? Normalmente não.

E por que agimos assim? Por que, no trabalho, devemos satisfação a alguém e somos exigidos em nossas atribuições? Ou por que temos um chefe rígido que não vai ceder diante de nossas argumentações? Ou por que nos desafiamos a sermos melhores para o futuro e progressão da nossa carreira?

Independente do motivo pelo qual agimos assim, é sempre tempo de sermos o nosso próprio chefe, exigirmos mais de nós mesmos e nos forçarmos a realizar mais, senão, corre-se o risco de alguém querer desistir de você também na sua vida pessoal e infelizmente, esse alguém pode ser você mesmo!

7. Trabalhar é bom, mas para ser feliz, precisa-se de algo mais

Para finalizar, trago a contrapartida do primeiro ponto desta história. Viver só de trabalho, é sobrevida. Faça-se aquela pergunta: você trabalha para viver ou vive para trabalhar?

Outra questão importante: você tem alguém para quem voltar ao fim do dia? Ou então: você tem algo para que voltar ao fim do dia?

O SIM a estas questões é o que te encoraja a continuar, te faz acordar todos os dias, dá entusiasmo a sua vida. As coisas perdem bastante o sentido se a resposta a estas questões for NÃO.

Por incrível que pareça, não trabalhamos só para nossa própria satisfação pessoal e material, trabalhamos por algo mais, seja por alguém ou por alguma coisa, nem que seja a realização de sonhos, mas simplesmente existir só para bater cartão e receber ao fim do mês, é muito pouco para todo o potencial de vida que você tem.

***

Parece clichê, mas a vida é um constante aprendizado e o fato é que: aprendemos demais durante as adversidades.

É provável que se eu não estivesse neste momento de vida, teria pouco a contribuir com este post. Hoje, certamente dou muito mais valor a tudo que já vivi e com certeza, saberei reconhecer e honrar, ainda mais que antes, o que o futuro me reserva.

Mesmo tendo hesitado de início, acho válido tudo que disse, porque além destas sete coisas, eu também aprendi que não precisamos viver tudo, simplesmente porque podemos aprender com a experiência dos outros.

Então, se você que já está trabalhando e não vê muitos ganhos no seu trabalho, não espere ter que chegar a próxima oportunidade para dar valor ao que você já tem hoje. Pense nisto!