terça-feira, 27 de agosto de 2013

Auto-Sabotagem: Será Que Eu Faço?



Há pessoas que convivem com limitações reais em suas vidas, sejam elas físicas, emocionais ou intelectuais, são barreiras concretas que poderão impactar tanto sua trajetória pessoal quanto profissional. Por outro lado, há pessoas que não possuem quaisquer limitações, exceto as barreiras que elas mesmas criam para si.

Cito dois exemplos fictícios que conseguem ilustrar claramente tal comportamento (qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência):

  1. Inúmeros profissionais ao se depararem com uma reunião para apresentação de um novo e importante projeto para a diretoria, quando têm seu compromisso cancelado de última hora, ficam bastante aliviados ao invés de se chatearem pelo inconveniente. Isto porque, na maioria das vezes, dedicaram muito tempo e esforço para fazê-lo, tem confiança de que fizeram um bom trabalho, prepararam-se para o encontro e têm total domínio do que vão falar.
  2. Trazendo para o âmbito pessoal, há casos de pessoas que vivem sonhando em encontrar um novo amor e engatar um relacionamento sério, mas quando conhecem uma pessoa bacana, com afinidades e bastante potencial para dar certo, encontram dezenas de empecilhos e desculpas para não sair, não encontrar, não ligar e não investir no(a) tal pretendente. Ainda por cima, justificam-se com inúmeros chavões, como: "no começo todo mundo é legal, mas depois fica tudo igual", "quando a esmola é demais, o santo desconfia", "é melhor eu pular fora agora do que depois que me envolver", e por aí vai.

E falando de modo geral, quem já não adiou um plano ou uma atividade por incontáveis vezes e ainda inventou mil razões e pretextos para não fazê-lo?

Agora, a pergunta que não quer calar: o que nos leva a colocarmos tantos impedimentos a nossa vida? 

Insegurança, dificuldade de enfrentamento, fuga e sentimento impotência são alguns dos motivos que nos paralisam diante das circunstâncias.

Mas de modo geral, todo este emaranhado de sentimentos estão relacionados ao MEDO, personagem principal do nosso comportamento de sabotagem. É o medo de crescer, de amadurecer, de assumir responsabilidades, medo das mudanças, do desconhecido, medo de não ser o que o outro espera de nós e muitas vezes, de não se tornar ou realizar o que a gente mesmo sonhou para si.

Cria-se aí um ciclo de sabotagem emocional, que começa com este medo. O tal medo faz com que a pessoa não aja, o que faz com que se perca alguma coisa, esta perda gera culpa, porque "quem não fez fui eu e sou única e exclusivamente responsável por isto", e esta culpa se transforma em raiva, justamente por não ter agido.



Como sair desta círculo vicioso? É apostar na mudança. Mudança de ATITUDE! Ela acontecerá como mostra o ciclo abaixo:


Você está mergulhado no contexto atual e então, aparecerá um novo objetivo, um projeto, um estímulo, um motivo. Diante deste, você terá que tomar uma atitude. Neutralizará a sabotagem e não paralisará!

Que ATITUDE é esta? É a ação de romper as próprias barreiras, de sair da zona de conforto, de enfrentar os medos, de quebrar paradigmas, de inovar, de encarar os desafios, de arriscar agir diferente, de assumir riscos calculados.

A atitude leva à transformação. Uma vez incorporado o novo modelo de agir, ele passa a fazer a parte da sua vida e torna-se o contexto atual e o ciclo continua a seguir.

Não é fácil fazer este processo acontecer, requer:
  • disciplina, 
  • força de vontade, 
  • disposição para a mudança, 
  • um tanto de persistência e determinação, 
  • e às vezes, também a ajuda de um profissional (terapeuta, coach, mentor, etc.).
Agora, uma coisa eu afirmo com segurança: vale a pena!

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Modelo Felix de Gestão: Diga NÃO!


Será mesmo que é só na ficção que existe um tipo de chefe como o apresentado pelo personagem Félix da novela Amor à Vida? 

Primeiramente, gostaria de pedir licença aos "anti-novelas" em usar uma figura de TV, mas penso que seria bastante indelicado e anti-profissional se citasse nomes da vida real (porque acreditem, eles existem!).

Diante disso, escolho este exemplo fictício para ilustrar e afirmar que, SIM, encontramos em nosso universo de trabalho pessoas em posições de alta liderança que atuam com condutas semelhantes a este personagem.

Nem sempre todos os problemas apresentam-se em uma única pessoa, mas líderes arrogantes, com  sérios desvios de caráter, assediadores, desonestos, manipuladores e que abusam do poder estão espalhados por todos os lugares.

Muitas empresas já desenvolveram mecanismos éticos para se resguardar deste tipo de profissional, mas ainda há muitas outras que mantêm tipos como este por simples ignorância de seus desvios (muitas vezes as pessoas têm medo de denunciá-los) ou até mesmo por serem eles os próprios donos de seus negócios.

Chefes como este geram desengajamento? Certamente sim, mas dos males, este é o menor. Vivências como estas geram resultados muito mais graves, como: pedidos desesperados de demissão e busca por outro emprego, quando não em sérios problemas de depressão, pânico, esgotamento, hipertensão, dentre outras doenças relacionadas ao trabalho.

Este definitivamente não é o seu caso, certo? Pois bem, ao tratarmos de proporções infinitamente menores que esta, há também aqueles líderes que falham não pelos motivos descritos a pouco, mas pela simples inabilidade de gerenciar sua equipe de maneira bem sucedida. Infelizmente, casos assim, também levam ao desengajamento e à perda de colaboradores.

Que atitudes os gestores podem ter para conseguir reter pessoas por meio do seu engajamento?

Detalhei no quadro abaixo algumas dicas de comportamentos em 5 pilares que são capazes de ajudar os líderes a construir uma equipe engajada, são eles: alinhamento, comunicação, relacionamento, reconhecimento e desenvolvimento.


Caráter, honestidade e conformidade são valores difíceis de ensinar, lapidar e corrigir, mas os demais comportamentos são totalmente possíveis de desenvolver, treinar e aperfeiçoar. 

Se você está aberto, dedicado e implicado, a mudança acontece. E lembre-se sempre, na relação entre líder e liderados, o engajamento deve acontecer dos dois lados, ou seja, aja para ter colaboradores engajados, mas seja você também um exemplo de engajamento, afinal você também precisa disto para ser feliz na sua vida profissional. Pense nisto!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Engajado: Sou ou Não Sou?



Quem nunca recebeu uma ligação de convite para participar de um processo seletivo e aceitou por não estar muito satisfeito com seu trabalho atual? E quem já não descartou imediatamente uma chamada como esta, exatamente pelo contrário?

Sem muito pensar, responda sinceramente a esta questão: o que te faz permanecer no seu trabalho atual?

Imagino que surgiram centenas de respostas, como: fico porque eu tenho um bom salário ou porque o pacote de benefícios é diferenciado, estou lá pois é perto de casa e até mesmo porque não tenho outra opção melhor ou simplesmente fico porque preciso do emprego. Poderia passar horas enumerando diferentes razões.

Entretanto, dentre todos os motivos que possam ter surgido ao responder esta questão, nenhum é mais poderoso para te fazer permanecer no seu trabalho do que estar verdadeiramente conectado com ele.

Identificar-se com os valores da empresa, confiar na sua visão de futuro, cumprir e defender as suas políticas, acreditar em seus líderes e espelhar-se em suas ações é o que costumo chamar de engajamento.

Quando uma empresa é capaz de engajar as suas atitudes, sua mente e seu coração estamos falando de um vínculo poderoso, forte o suficiente para te fazer resistir às tentações e investidas do mercado.

Você ainda tem dúvidas de como realmente se sente em relação a seu trabalho?

A maioria das consultorias especializadas em pesquisar o índice de engajamento de colaboradores usa 4 perguntas para entender em que medida as pessoas estão conectadas e comprometidas com seu trabalho. Então para ajudá-los a entender melhor o seu momento de carreira, faça o exercício de respondê-las com SIM ou NÃO:

1.     Você está satisfeito com a sua empresa como local de trabalho?
2.     Você tem orgulho de trabalhar para esta empresa?
3.     Você pensa em procurar um novo trabalho em outra empresa?
4.     Você indicaria a sua empresa para alguém do seu convívio pessoal trabalhar?

Engajamento está totalmente relacionado à satisfação, comprometimento, orgulho, lealdade e a disposição para ser um defensor da sua empresa.

Se destes sentimentos, poucos ou nenhum fazem parte de você, está na hora de reavaliar sua carreira e refletir com seriedade os rumos da sua trajetória profissional. Talvez esteja investindo sua energia no lugar errado e isto pode ser desastroso a longo prazo, não é mesmo?

Já se você está no grupo com alto índice de engajamento (aqueles que responderam sim às questões 1, 2 e 4 e não a 3), faça uso da quarta questão e promova sua empresa a quem puder. É o que sempre digo: uma das formas de multiplicar a felicidade, é dividi-la.

Para finalizar, defendo o ponto de vista de que engajamento está totalmente relacionado à liderança. Penso até que, por melhor que seja a empresa em que trabalha, se seu líder direto não é capaz de engajá-lo, é muito provável que sua permanência esteja ameaçada. Tenho plena convicção de que esta frase é bastante verdadeira: as pessoas deixam primeiro seus chefes, depois a empresa.

Continuarei falando de Engajamento no próximo post, mas focarei mais no papel do gestor nesta importante missão. Grande abraço e até lá!

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Com Afeto, Dá Certo


Há mais ou menos dez anos atrás, as redes sociais não eram tão populares, os smartphones não eram acessíveis e as notícias ainda não circulavam à velocidade da luz. Ainda assim, alguns vídeos caiam no gosto popular e eram vistos por quase todo mundo. Naquela época, era difícil quem não tivesse assistido a um vídeo chamado "Filtro Solar" - título em português narrado por Pedro Bial (Everybody's Free to Wear Sunscreen - na versão original produzida pelo cineasta Baz Luhrmann).

E o que este vídeo tem a ver com o que eu quero dizer? O texto que inicia a produção é exatamente o que eu penso em relação a tudo que irei postar neste blog: "Usem o filtro solar! Os benefícios a longo prazo do uso de filtro solar estão provados e comprovados pela ciência. Já o resto de meus conselhos, não tem outra base confiável, além de minha própria experiência errante, mas agora eu vou compartilhar esses conselhos com vocês..."

Após pensar muito com que assunto iniciaria esta jornada, cheguei a conclusão de que gostaria de falar que gestão com afeto, dá certo! 

Certa vez, participando de um seminário para gestores, o consultor afirmou com veemência que precisávamos resgatar os três "cês" que nossos antepassados tanto valorizavam: conversar, comer e costurar. Complementou ainda que era mais do que possível fazê-los acontecer também no ambiente de trabalho, usando o último "C" no sentido figurado.

Fiquei refletindo de que forma poderia usar esta dica de maneira produtiva no dia-a-dia profissional e sugeri a minha equipe na época que iniciássemos nossa reunião semanal com um café da manhã, porém, este deveria seguir uma regra fundamental: o que fosse servido, não poderia ser comprado pronto, teria que de alguma forma ser produzido, ou seja, teria que ter um ingrediente essencial: investimento de afeto.

A ideia foi aceita por todos e logo no primeiro encontro foi muito satisfatório ver a dedicação e a preparação no dia que antecedeu a reunião. A equipe combinava quem ia ficar responsável por cada item do menu: o salgado, o doce, a bebida... Isto não só aproximava e envolvia a todos de uma maneira diferente, mas também proporcionava uma energia e um clima tão positivo que era diretamente revertido para os resultados do trabalho.

Pergunta-se: usar este tipo de iniciativa é permitido no mundo profissional? Não faz perder o foco do real propósito da reunião? Não cria um ambiente de informalidade e confusão de papéis?

É preciso ter foco. O primeiro "C" é primordial nesta tríade, portanto o diálogo sempre foi o personagem central dos nossos encontros. Com ele, tomávamos decisões, definíamos ações, alinhávamos abordagens, ajustávamos posturas e pensávamos em melhores formas de sermos mais bem sucedidos. Estávamos costurando e alinhavando nossas estratégias de ação de uma maneira bastante profissional, porém cheia de energia pessoal envolvida e a comida, mera coadjuvante, dava um tempero especial àquele momento. 

Não há segredo, uma equipe entrosada e unida produz mais e melhor.

Este é só um exemplo de como o afeto pode ser bem utilizado no ambiente profissional. É possível experimentar esta receita no seu trabalho? 

Ações simples como esta geram ENGAJAMENTO, assunto do próximo post, aguardem!

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Dolce far Niente



Dia desses, estava assistindo ao filme "Comer, Rezar e Amar" e a expressão "dolce far niente" que aparece em um dos diálogos do longa ficou na minha cabeça. Garanto que poderia ter passado totalmente despercebido em outra fase da minha vida, mas não agora.

Nunca fui fã do ócio, da mente vazia e do conformismo... desde muito nova (ainda na faculdade), fugia da mediocridade e sempre passei longe da falta de determinação.

Hoje, felizes circunstâncias pessoais me fizeram desacelerar, dar uma pausa (que espero ser breve) na minha carreira, mas isso não me impedirá de produzir, pensar e me sentir útil.

É por isso que decidi criar um blog. Quero falar de tudo que acho relevante, quero falar sobre gestão de pessoas (minha profissão e paixão), dar dicas para quem lida com gente, falar do meu olhar do mundo e por aí vai... não se assustem se no meio de tudo que escrever, aparecerem receitas e sugestões para recém-casadas. Não quero criar um padrão de assunto e nem dar limites as minhas idéias.

Resolvi transformar meu "período sabático" em um dolce far niente, que este tempo seja doce para mim e para quem tiver interesse em ler.

Grande beijo,
Lu.