terça-feira, 22 de outubro de 2013

Nem Todos São O Que Parecem Ser



Hoje quero falar de rótulos!

Primeiro, quero começar com aqueles que vem a embalar os produtos que compramos: muitos são bem atrativos, nos chamam a atenção, aguçam a nossa curiosidade, nos enganam por se assemelharem a outros, nos repelem logo de cara, não nos despertam interesse, nos confundem em sua aparência e fazem-nos “comprar gato por lebre”, nos seduzem a experimentar algo novo, enfim nos direcionam às escolhas.

Será que tudo isto que citei em relação a produtos, cabe também ao nos referirmos a pessoas?

Leia novamente tudo que escrevi no primeiro parágrafo pensando em alguém: muitos são bem atrativos, nos chamam a atenção, aguçam a nossa curiosidade, nos enganam por se assemelharem a outros, nos repelem logo de cara, não nos despertam interesse,  nos confundem em sua aparência e fazem-nos “comprar gato por lebre”, nos seduzem a experimentar algo novo, enfim nos direcionam às escolhas.

E então? Encaixou, não é mesmo?

Vamos fazer um exercício rápido com algumas figuras. Olhe-as abaixo e resposta mentalmente:
  1. Qual a primeira coisa que você enxergou?
  2. Dê uma segunda olhada, é somente isto mesmo que contém nela ou você enxerga mais alguma coisa?
  3. Se eu não tivesse dito para você olhar novamente, você teria aprofundado seu olhar para buscar ver além da primeira aparência?



Este exercício é uma ótima analogia para afirmar que isto acontece frequentemente nas nossas relações interpessoais. Têm pessoas que são “classificadas” com base em nosso primeiro olhar, no primeiro feeling,ou até mesmo fazendo o uso do jargão: “a primeira impressão é a que fica”. E isto vale tanto para boas quanto para más classificações. Tem gente que nos parece muito legal, amigável, amistosa, cativante, simpática, atraente, interessante num primeiro momento, ao mesmo tempo que outras já são taxadas de arrogante, fechada, antipática, mal humorada, intragável, logo no primeiro olhar a ela.

Porém, nem sempre estas “verdades” que atribuímos ao outro se confirmam à medida que aprofundamos o olhar, mas será que chegamos a dar oportunidade para que as impressões sejam confirmadas ou descartadas?

Dificilmente damos uma segunda chance para conhecer melhor alguém que logo de início já não simpatizamos. Em contra ponto, facilmente procuramos conhecer com mais profundidade alguém que passou a impressão de ser fantástica. E nem sempre isto se confirma após um pouco mais de proximidade.

Vou citar um exemplo para clarificar o que digo. Gosto bastante de assistir todos estes programas de apresentação de talentos gerais e musicais como: American IdolBritain’s Got Talent e mais recentemente ao The Voice.

O que isto tem a ver com o que eu digo? Primeiro, espero que vocês já tenham tido oportunidade de ver, pelo menos uma vez, algum destes programas, para entender minha analogia.

Os dois primeiros programas são de apresentação de candidatos a talentos a uma mesa julgadora que os vê, ouve e finalmente, os avalia. Já no The Voice, o processo é diferente, pois as audições são às cegas, onde somente o talento é levado em consideração, a aparência, num primeiro momento, é totalmente irrelevante para a aprovação de um participante.

Agora, veja as três pessoas aqui embaixo. Neste primeiro olhar, você concederia a eles o seu voto de confiança, afirmando o seu talento apenas pela primeira impressão que eles passaram a você, sem nem ao menos ouvi-los?


As três fotos acima são de participantes do concurso Britain’s Got Talent em que todos eles foram primeiramente desacreditados por conta de sua aparência e surpreenderam aos jurados e à plateia com a magnitude de suas vozes e dimensão do seu talento (coloco o link com as performances deles para vocês terem noção do que eu estou falando. Vale a pena assistir!).

  1. Paul Potts: http://www.youtube.com/watch?v=VQ345FwOujI
  2. Susan Boyle: http://www.youtube.com/watch?v=xRbYtxHayXo
  3. Jonathan: http://www.youtube.com/watch?v=E2Sqw7I6dYQ

Alguma vez você já descartou alguém por aspectos ligados à “embalagem”? Sinceramente, não quero entrar em questões ligadas ao preconceito, este não é meu intuito com este post, pois quero apenas levá-los a refletir sobre o porquê que fazemos certas escolhas baseando-se em primeiras impressões.

É muito comum isto acontecer no que se refere a relacionamentos, escolhas profissionais, processos seletivos, dentre outros. E lembrem-se, isto pode acontecer de você em relação a alguém, mas também no caminho inverso.

Já ouvi inúmeras queixas, como: “tenho certeza que não fui aprovada naquela processo seletivo só porque sou gordinho(a)”, “aquele cara ou aquela moça nem olhou para mim só por causa da minha aparência”, “ ficaram olhando torto para mim naquela festa, só por causa das minhas roupas”, “parece que eles só aceitam contratar gente com um certo padrão de beleza”, ou “só porque não tenho um bom carro, não sirvo”, até mesmo “eu sou tímido(a) e por isso, se afastam de mim sem me conhecer”,  e por aí vai.

Agora veja só que interessante: Uma situação muito comum na nossa realidade atual, no mundo conectado em que vivemos, é termos a oportunidade de falar remotamente com várias pessoas, seja por e-mail, telefone ou ferramentas de comunicação por chat, seja para relacionamentos pessoais ou profissionais. E nestes casos, quantas vezes já fomos cativados por estas pessoas sem ao menos tê-las conhecidos pessoalmente. E mesmo que a nossa imagem mental e imaginação da aparência desta pessoa não seja condizente com o que vemos depois, isso se torna irrelevante, pois já estabelecemos o vínculo com ela pelo que ela é e pela sua atitude conosco e não pelo que aparenta ser.

Inúmeras vezes entrevistei pessoas que aparentemente pareciam inadequadas para determinada vaga ou empresa e fui felizmente surpreendida por profissionais e pessoas incríveis. Trazendo para a minha experiência pessoal, acho ótimo os currículos sem fotos, pois quero continuar a escolher as pessoas pelo seu talento e não por sua estampa.

Por fim, acho bastante grande a possibilidade das pessoas estarem suscetíveis a serem seduzidas por belas imagens ou afastadas por outras não tão agradáveis (e humildemente também me incluo neste pacote), mas o que quero sugerir com esta mensagem é: invista um pouco mais de energia no segundo olhar, você poderá facilmente se surpreender com o que encontrará além dos limites da aparência.

(Resposta às imagens de figura e fundo: 1ª) cálice e rostos frente a frente / 2ª) saxofonista e rosto feminino / 3ª) moça e idosa e 4ª) cálices e rostos frente a frente.)

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