O
que faz com que a gente vá perdendo o brilho, a alegria, o entusiasmo e a
paixão pelas coisas e pela vida?
Façamos
um simples exercício: vá a um lugar com bastante movimento e fluxo de pessoas,
pode ser um shopping, um aeroporto, uma rodoviária, o centro da cidade ou uma
rua com grande circulação de gente. Pare e preste atenção nas pessoas! Olhe
aleatoriamente, olhe ao redor.
Tente
contar quantas delas estão sorrindo, com um semblante feliz, despreocupado e
sereno? Posso apostar que a maioria está com a testa franzida, olhar perdido,
andar apressado e cara fechada.
Mude
seu foco! Tente procurar por bebês ou crianças em seus primeiros anos de vida.
Quantos estão sorrindo, gargalhando, se divertindo com qualquer coisa que lhe
colocaram nas mãos, distraindo-se com a descoberta de cores e sons, inebriados
pelo movimento e com os olhos atentos e arregalados, absorvendo toda a novidade
que o mundo lhe apresenta.
Continuo
a refletir sobre os bebês. Eles acordam (e também a seus pais) nos primeiros
raios do dia e na maioria das vezes, abrem um gostoso e lindo sorriso, mesmo
que desdentado. Costumam sofrer, chorar e resmungar por dor, algum desconforto
ou fome.
E
nós, sofremos por quê? Coloco nós, porque também me incluo neste pacote.
Sofremos
para acordar cedo e quando não conseguimos dormir, reclamamos se temos que
dirigir longos caminhos congestionados até o trabalho e mais ainda se não temos
o tal trabalho. Se dependemos de transporte coletivo, reclamamos do preço, do
atraso, da aglomeração e do tráfego.
Nos
irritamos com as pessoas folgadas, mal educadas, espaçosas, indiferentes e
grosseiras. Nos incomodamos com o silêncio do outro e com o barulho do mundo.
Reclamamos quando o chefe é ausente e mais ainda quando ele demanda demais. Nos
queixamos do peso, da fome, das contas para pagar e do salário que nunca dá.
Xingamos os governantes, a polícia, o vizinho e o “barbeiro” no trânsito.
Se
faz calor, é ruim, se faz frio, é pior. Se o atendimento deixa a desejar,
dizemos que “nunca mais pisaremos lá”,
mas se a qualidade é boa, o preço é acessível e tem wi-fi grátis, levamos a nossa cara de pau de novo ao
estabelecimento. Choramos de saudade, de falta de amor, de angustia, mas não
sabemos aproveitar os encontros, a presença e custamos a curtir verdadeiramente
um momento.
Aí
me lembro novamente dos bebês e me vem uma pergunta que não quer calar: em que momento da nossa existência perdemos essa inocência infantil e
deixamos de lado nossa capacidade de nos maravilharmos e sermos felizes
gratuitamente?
Existe
uma receita universal para ser feliz? Eu duvido! O que faz bem para mim e me
satisfaz é muito particular, porém considero que algumas atitudes podem SIM
fazer a diferença no meu e no SEU mundo.
10 Atitudes para Ser FELIZ
1) Uma vez por
semana (no mínimo), faça pelo menos uma coisa que te dá muito prazer
Ninguém é feliz só cumprindo um mundo de obrigações do tipo:
tenho que fazer isto e preciso fazer aquilo. Os verbos corretos para se
descobrir o que realmente te dá prazer e fará a diferença no meio de tantas
coisas que você tem que fazer são: quero, desejo, sonho, gostaria e tenho
vontade. Esse sopro de satisfação e bem-estar é o que te dará energia para
lidar com o resto das outras coisas que são inevitáveis.
2) Tire frases e
palavras negativas do seu vocabulário
Surpreende-me que as primeiras palavras dos bebês ainda sejam
mamãe e papai, porque seguramente poderia ser “NÃO”, diga-se pela quantidade de vezes que ouvimos isto desde que
viemos ao mundo.
Daí para falarmos com frequência as frases adiante é um
pequeno pulo: “isso não vai dar certo,
isso não vai prestar, eu não quero, eu não posso, eu não sei, eu não tenho,
nada funciona, nunca pude isto, jamais quero te ver de novo, etc.”
Experimente por um dia construir frases sem usar a palavra
NÃO, é um desafio e tanto, mas trará uma enxurrada de novas possibilidades,
muito mais positivas, para o que sai da sua boca.
3) Olhe seus problemas
de fora e pense em soluções
Temos uma habilidade extraordinária de dar conselhos e
palpites aos outros e quando o holofote vira para nós, ficamos perdidos. Tente
sair da turbulência que uma dificuldade lhe causa e olhe de fora.
É bem difícil conseguir
se limpar dentro da lama, portanto, saia dela. Raramente uma emoção é capaz
de resolver um problema, portanto, pense com racionalidade, desenhe soluções,
reflita em caminhos e tome atitudes.
4) Pare de culpar
os outros pelos seus problemas e infelicidades
Você acha que alguém é responsável pelos seus problemas e
infelicidades? Você permite que esta pessoa cause isto a você? Você faz alguma
coisa para se livrar desta situação? Quando alguém afeta negativamente nossa
vida, somos mais culpados por isto do que a pessoa em si, primeiro por
deixarmos e segundo por não reagirmos. Vitimar-se também é uma opção, mas
dificilmente te fará feliz ou fará você melhorar. Tome controle da sua história
e assuma suas próprias escolhas.
5) Conviva com
pessoas que te fazem bem e querem seu bem
Insistir em um relacionamento, uma amizade ou um vínculo que
te destrói e te faz mal é uma das formas de ser infeliz. Sem dúvidas, há
convivências difíceis de evitar, sejam elas em casa ou no trabalho. Mas quando
há opção de escolha, invista em amigos que sejam a família que optou ter e no
ambiente familiar, eleja aqueles que valem a pena ficar perto e outros que o
melhor a fazer é se afastar. Procure investir sua convivência com pessoas que
despertam o seu melhor.
6) Admire a natureza
Olhe para um céu estrelado, para a lua brilhando, para um
campo verde, para flores coloridas, para um belo pôr de sol, sinta a brisa do
vento no rosto, tome um banho de chuva. Isso tudo resolve seus problemas? De
fato não, mas traz paz. Contemplar a natureza em silêncio, aquieta a alma e talvez
seja o mais próximo do divino que podemos chegar.
7)
Tenha Fé
Seja ela em Deus ou em qualquer coisa que acredita, a começar
por VOCÊ mesmo.
8) Procure ser
mais leve
Ser mais leve, vale para o peso da balança também, mas digo no
sentido de “tirar o piano das costas”, parar de “arrastar correntes”, de “ser
militar consigo mesmo”. Procure permitir-se, busque quebrar certas regras que
impõe para a sua vida, extrapole os limites da sua própria intolerância e
rigidez. Não se leve tão a sério, a maioria das pessoas não te leva e ainda assim,
ria de si mesmo. Esse exercício é um dos mais válidos para mim.
9) Ouça e siga seu
coração
Eu creio que todos nós temos uma voz interior. Às vezes, ela é
cheia de impulso e imprudência, outras horas, cheia de medos e ressalvas, em
muitos momentos, duvidosa e em conflito, mas na maioria das ocasiões, é cheia
de certezas, sabedoria e intuição.
Reserve um tempo para silenciar tudo ao seu redor e deixar
ouvir o que esta voz tem a te dizer. Ela, aliada ao nosso instinto de
autopreservação e discernimento, normalmente mostrará o melhor caminho a
seguir, confie!
10) Agradeça todos
os dias por estar VIVO
É clichê dizer que a vida é um presente, mas tive dificuldade
de achar frase melhor para definir o milagre de acordarmos todos os dias.
O número de desgraças, tristezas, atrocidades e violência no
mundo ao nosso redor só aumenta e diante disso tudo, quais são os nossos reais
problemas? O que são nossas reclamações diante dessas dores e das perdas que vemos
diariamente?
Li uma vez que se colocássemos a pilha dos nossos problemas na
nossa frente e olhássemos a pilha dos outros ao nosso redor, pegaríamos a nossa
de volta.
Por
isso, simplesmente tenha gratidão por estar vivo e use tudo o que está ao seu
alcance e nas suas mãos para fazer de sua existência uma passagem feliz.
Por
fim, uma última reflexão: você já percebeu que quando VOCÊ está bem, tudo ao
seu redor muda? O mundo mudou? Não, ele está exatamente igual. O que mudou foi
seu olhar para o mundo.
Se
você está feliz, as coisas ao seu redor ganham cor, brilho, significado e uma
onda de boas energias contagia quem está por perto.
Os
problemas não desaparecerão, as chatices não sumirão, as dificuldades não
cessarão e as dores do mundo permanecerão, mas ACREDITE: as mudanças acontecem
a partir de você, de dentro para fora, portanto, mesmo quando tudo ao seu redor
parecer escuridão, seja LUZ!